Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV) desafia apetite externo com pessimismo local

27 jan 2023, 8:02 - atualizado em 27 jan 2023, 8:04
Ibovespa desafia apetite do investidor estrangeiro por ativos emergentes com visão pessimista do local sobre o cenário político-fiscal (Arte: Money Times)

O Ibovespa (IBOV) deixou claro ontem que os mercados são sobre pessoas e as pessoas são sobre sentimentos. Enquanto Nova York animou-se com a surpresa positiva do PIB dos EUA, a bolsa brasileira encerrou a sessão praticamente no zero a zero, em meio aos receios em relação à Petrobras (PETR3;PETR4).

O usual pessimismo dos investidores locais se contrasta com o apetite por risco dos gringos por ativos emergentes. Mas é fácil compreender essa divergência. Afinal, morar onde se negocia permite “sentir melhor” o que é bom ou ruim no país. No caso, os residentes ainda têm a sensação de que o presidente Lula está ‘dilmando’ e uma crise fiscal se aproxima

Nesse cabo-de-guerra, uma das forças deve prevalecer. A ver, então, se o PCE de dezembro (hoje, às 10h30) será capaz de diminuir o otimismo dos mercados internacionais. Isso porque qualquer surpresa com o índice de preços preferido do Federal Reserve tende a reavaliar as apostas para a reunião da semana que vem.

Ibovespa monitora Fed

Por ora, predomina a convicção de que o Fed irá reduzir o ritmo de aperto monetário no primeiro encontro deste ano, para 0,25 ponto. Depois, espera-se um novo aumento da mesma dose na reunião seguinte, seguido de uma pausa prolongada da taxa de juros. Porém, a resiliência da economia norte-americana abala a expectativa de cortes em breve. 

Portanto, da mesma forma que os locais ficam pessimistas porque têm uma experiência diferente sobre o ambiente interno; os estrangeiros também podem estar otimistas demais diante de uma visão limitada sobre a vida real. Afinal, a perspectiva para os juros ainda não se reflete nos lucros corporativos, no mercado de trabalho nem na atividade. 

E é provável que isso ocorra em algum momento nos próximos meses. Até lá, não é incomum uma recuperação dos preços das ações, em meio aos sinais de alívio na inflação. Porém, o movimento tende a perder força no primeiro susto com o crescimento, ainda que a esperada recessão nos EUA seja leve.

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones tem leve baixa de 0,06%; o do S&P 500 caía 0,27%; enquanto o Nasdaq recuava 0,48%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não tinha negociação no pré-mercado; nos ADRs, o da Vale oscilava em baixa de 0,05%, enquanto o da Petrobras subia 0,69%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha leve alta de 0,05%; a bolsa de Frankfurt subia 0,12%; a de Paris ganhava 0,06% e a de Londres avançava 0,07%;

Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em alta de 0,07%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, avançou 0,54%; a Bolsa de Xangai permanece fechada

Câmbio: o índice DXY oscilava com -0,04%, a 101.80 pontos; o euro tinha -0,01%, a US$ 1,0891; a libra caía 0,27%, a US$ 1,2377; o dólar recuava 0,35% ante o iene, a 129,76 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,547%, de 3,497% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,211%, de 4,182% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro caía 0,09%, a US$ 1.928,30 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 1,36%, a US$ 82,13 o barril; o do petróleo Brent avançava 1,31%, a US$ 86,63 o barril.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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