Mercados

Ibovespa (IBOV) sobe nesta quinta (21)? Por que corte na Selic pode não segurar alta do índice, segundo especialistas

20 set 2023, 20:24 - atualizado em 20 set 2023, 20:24
Ibovespa, Painel eletrônico na B3 em São Paulo
Ibovespa deve sofrer pressão no curto prazo, mesmo com corte na Selic (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O novo corte de 0,50 ponto percentual anunciado pelo Banco Central nesta quarta-feira (20) veio em linha com as expectativas do mercado. Isso não quer dizer, no entanto, que a reação na Bolsa amanhã será positiva.

O teor do comunicado divide opiniões. Enquanto uns consideraram a postura da autoridade monetária mais “pé no chão”, outros acreditam que a falta de sinalizações quanto a um corte mais agressivo nas reuniões seguintes, de 0,75 ponto percentual, colocou um tom mais duro nas falas do Comitê de Política Monetária (Copom).

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, diz que o comunicado elimina a possibilidade de qualquer queda na ordem de 0,75 ponto percentual. Ele ressalta, inclusive, que existe muita incerteza em relação ao mercado externo, enquanto a resiliência da atividade doméstica pode gerar pressões inflacionárias.

“O comunicado ressalta ainda que é necessário ter serenidade e moderação com relação ao processo de flexibilização monetária, ou seja, indicando que o comitê vai ser cauteloso com relação a esse ritmo de corte da taxa de juros”, acrescenta Jorge.

Segundo o especialista da Quantzed, é bem provável que haja uma reprecificação dos vértices mais curtos de juros amanhã, o que direcionará os mercados nesta quinta para uma nova reprecificação dos ativos.

“A curva de juros tende a precificar uma intensidade menor dos cortes da Selic daqui para frente”, reforça.

Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, classifica o comunicado do comitê como “realista”. Olhando para o copo meio cheio, Cohen acredita que, pelo fato de o corte de 0,50 ponto percentual ter sido unânime, existe uma abertura para que essa trajetória de quedas se mantenha nas próximas decisões.

Além disso, acrescenta o especialista, as autoridades “mencionaram muito bem o Boletim Focus em relação à expectativa de inflação para 2023, 2024 e 2025″.

Ibovespa pode sofrer correção

Mesmo com a decisão vindo em linha com o esperado, a Bolsa pode sofrer pressão no pregão desta quinta, muito mais por influência externa do que pela redução da taxa Selic, segundo agentes do mercado.

Cohen avalia que o Copom não deve provocar impactos fortes no Ibovespa. O que pode pesar mais o mercado local é o humor dos mercados de fora, considerando a posição mais hawkish (agressiva) do Federal Reserve sobre os juros dos Estados Unidos.

O banco central americano optou pela pausa do ciclo de aperto monetário no país, na faixa de 5,25-5,50%. Porém, um comunicado mais duro e falas do presidente do Fed, Jerome Powell, levaram os principais índices acionários em Wall Street a fechar em queda.

Isso teve impacto sobre o Ibovespa, que, apesar de ter encerrado hoje em alta, desacelerou o ritmo de valorização.

Outros especialistas também seguem uma linha semelhante e levantam a possibilidade de uma correção na Bolsa nesta quinta.

“Temos que lembrar que o mundo todo está em processo recessivo. Apesar de ser no Brasil, existe toda uma conjuntura mundial que tem provocado tensão”, comenta Rodney Ribeiro, economista e assessor de investimentos na WIT Invest.

Gabriel Mollo, analista de investimentos do Banco Daycoval, espera uma pequena queda para a Bolsa no curto prazo, batendo na mesma tecla de que o Fed deixou em aberto a possibilidade de mais um aumento neste ano e a manutenção das taxas elevadas por mais tempo.

Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest, lembra que o tom mais duro adotado pelo Fed pode pesar um pouco para a moeda local, o que influencia diretamente o desempenho da Bolsa.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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