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Ibovespa (IBOV) volta a cair para o patamar dos 100 mil pontos; PETR4 vira para alta e VALE3 cai

05 abr 2023, 17:27 - atualizado em 05 abr 2023, 17:27
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Ibovespa tem pregão fraco nesta quarta-feira (5), de olho no movimento do cenário externo e nos desdobramentos do novo arcabouço fiscal (Imagem: Patricia Monteiro/Bloomberg)

Apesar do movimento de recuperação no fim do dia, o Ibovespa (IBOV) encerrou esta quarta-feira (5) em baixa, na esteira do pregão fraco em Wall Street e com o investidor local de olho nos desdobramentos do novo arcabouço fiscal. O índice de referência da Bolsa brasileira fechou em queda de 0,88%, a 100.977,85 pontos.

A fraqueza dos índices norte-americanos reflete a divulgação de dados econômicos nos Estados Unidos. Hoje, o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) revelou que o setor de serviços do país desacelerou em março, com o PMI não manufatureiro caindo para 51,2, de 55,1 em fevereiro. Economistas consultados pela Reuters previam que o indicador cairia para 54,5.

Além disso, o relatório de Emprego Nacional da ADP mostrou que foram abertos 145 mil postos de trabalho no setor privado dos Estados Unidos no mês passado, abaixo das estimativas de abertura dos economistas, de 200 mil vagas.

Enquanto isso, os dados de fevereiro foram revisados. 261 mil postos de trabalho foram abertos, em vez de 242 mil, conforme relatado anteriormente.

O mercado se divide entre o temor de uma postura mais agressiva por parte do Federal Reserve (Fed) em relação ao juro americano e a proximidade de uma recessão global.

André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, afirma que o mercado tem hoje uma percepção de que a economia americana deve entrar em recessão, “mesmo que leve (soft landing)”.

No Brasil, falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a nova regra fiscal acalmaram um pouco o mercado. Campos Neto elogiou a proposta de arcabouço fiscal apresentada pelo governo na semana passada, dizendo que a avaliação da autoridade monetária é “superpositiva”.

“Vamos observar como vai ser o processo de aprovação no Congresso”, afirmou, no evento Brazil Investment Forum, do Bradesco BBI.

“É importante reconhecer o grande esforço que o ministro [Fernando] Haddad e o governo têm feito”, completou.

Campos Neto também enfatizou hoje que as decisões do BC não envolvem política. Ele assegurou que não existe uma relação mecânica entre fiscal e taxa de juros.

“Tem milhares de pessoas, diretores da casa, que sabem que passam a noite rodando modelos, fazendo toda a parte de estimativa, de projeção. Não tem nada na decisão que seja política, é sempre técnica”, comentou o presidente do BC.

Altas e baixas

As ações ligadas a commodities empurraram o Ibovespa para baixo. Do setor de mineração, os papéis da Vale (VALE3) recuaram 1,47%. Já em óleo e gás, a 3R Petroleum (RRRP3) perdeu 4,12%.

As ações da Petrobras (PETR4), que estavam pressionadas pelo anúncio do Ministério de Minas e Energia (MME) de que haverá mudanças na política de preços de combustíveis da estatal, viraram no fim do pregão, fechando em alta de 0,33%.

A Natura (NTCO3) caiu novamente. A queda de hoje foi de mais de 9%. A empresa anunciou recentemente a assinatura de um acordo vinculante com a L’Oréal para a venda da Aesop por US$ 2,52 bilhões.

Destaque de alta, as ações da Via (VIIA3) encerraram o dia em disparada de 6,36%.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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