Ibovespa continua rali e ultrapassa os 148 mil pontos em dia de recordes em Wall Street
O Ibovespa (IBOV) renova a máxima histórica intradia na manhã desta quarta-feira (28) e ultrapassa a marca dos 148 mil pontos pela primeira vez.
Por volta de 10h20 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira alcançou os 148.614,38 pontos, com avanço de 0,80%. O último recorde intradia tinha sido registrado em 27 de outubro, quando o índice atingiu os 147.976,99 pontos.
O recorde intradia do Ibovespa é patrocinado por um conjunto de “ventos favoráveis” do exterior.
O primeiro deles é a expectativa de corte nos juros nos Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) deve cortar a taxa de referência em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4,00%. Esse será o segundo corte consecutivo.
Nesta manhã, a ferramenta FedWatch, do CME Group, aponta 99,9% de chance de o Fed reduzir os juros nesta quarta-feira (29). Ontem (28), a probabilidade era de 99,5%. Apenas 0,1% dos agentes financeiros apostam em manutenção das taxas.
Após a decisão, o mercado deve acompanhar a coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell.
O segundo “vento favorável” é o encontro entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping. A Casa Branca confirmou, nesta manhã, que a reunião está marcada para as 23h (horário de Brasília) de hoje — manhã de quinta-feira (30) na Coreia do Sul. Há a expectativa de suspensão de tarifas de Trump contra Pequim e um acordo sobre terras raras.
Há também o impulso das commodities metálicas. Em destaque, o contrato mais líquido do minério de ferro, com vencimento em janeiro de 2026, encerrou as negociações com alta de 1,96%, a 804,50 yuans (US$ 113.32) a tonelada na Bolsa de Dalian, na China, em meio a expectativa do encontro entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping.
- CONFIRA: Qual a carteira recomendada para o seu perfil de investidor? Simule com o Money Times as melhores opções de investimento para você
Sobe e desce do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa, Hypera (HYPE3) salta mais de 6% e lidera os ganhos em reação aos números do balanço do terceiro trimestre (3T25).
A farmacêutica reportou líquido de operações continuadas de R$ 453,9 milhões entre julho e setembro, ficando 10% acima da estimativa média de analistas, segundo dados da LSEG.
O resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 756,2 milhões no período, levemente acima da estimativa média do mercado de R$ 755,8 milhões.
- CONFIRA O BALANÇO EM DETALHES: Hypera (HYPE3) tem lucro acima do esperado no 3T25, a R$ 453,9 milhões
Já a ponta negativa é encabeçada por Auren (AURE3).
Entre os pesos-pesados, o tom é misto. Os bancos sobem em bloco com dados de crédito, divulgados mais cedo pelo Banco Central.
Em setembro, as concessões de empréstimos no Brasil aumentaram 8,1% na comparação com o mês anterior, com o estoque total de crédito avançando 1,1% no período, a R$ 6,844 trilhões.
No setor, porém, o destaque é Santander (SANB11). O banco espanhol deu o pontapé inicial dos resultados dos bancões com lucro líquido gerencial de R$ 4 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O balanço foi divulgado nesta manhã.
A cifra ficou acima do esperado pelo consenso reunido pela Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 3,7 bilhões.
No setor de commodities, Vale (VALE3) sobe mais de 1% na esteira do minério de ferro, enquanto as ações da Petrobras (PETR4;PETR3) operam em leve queda.
E o dólar?
O dólar opera em alta ante as moedas globais, como euro e libra, com o mercado atento às relações comerciais entre os Estados Unidos e China e à espera do corte nos juros norte-americanos pelo Fed.
Por volta de 10h50, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, subia 0,19%, no nível dos 98 pontos.
Na comparação com o real, o dólar destoa do movimento externo e perde força — em sintonia com o desempenho antes moedas emergentes. No mesmo horário, a divisa norte-americana operava a R$ 5,3446 (-0,29%). Por aqui, o real ganha força com apoio das commodities e a entrada de fluxo estrangeiro com o diferencial de juros entre EUA e Brasil.
“A perspectiva de uma política monetária mais acomodatícia nos Estados Unidos com aumento o diferencial de juros Brasil e EUA e incentiva o fluxo para ativos de maior retorno, beneficiando moedas emergentes”, afirma Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, em nota.
Exterior
Os índices de Wall Street operam nas máximas históricas. Além da expectativa sobre o Fed, os balanços das big techs “roubam a cena”.
Por volta de 11h (horário de Brasília), o S&P 500 subia 0,42%, aos 6.919,21 pontos, no maior nível intradia histórico; Dow Jones tinha alta de 0,65%, aos 48.015,66 pontos, e Nasdaq avançava 0,76%, aos 24.012,65 pontos, na máxima intradia histórica.
Entre as ações, Nvidia (NVDA) se tornou a primeira empresa a atingir US$ 5 trilhões em valor de mercado no mundo. Os papéis da gigante de semicondutores sobem mais de 4% com novos anúncios da companhia.
Em destaque, o CEO Jensen Huang afirmou que a Nvidia espera receber US$ 500 bilhões em encomendas de chips de IA, além de planos para construir sete novos supercomputadores para o governo dos EUA. Nesta semana, a empresa também firmou um acordo de investimento de US$ 1 bilhão na companhia de telecomunicações finlandesa Nokia.
Na Ásia, os índices fecharam sem direção. O índice Nikkei, do Japão, superou os 51 mil pontos pela primeira vez e encerrou a sessão com alta de 2,17%, aos 51.307,65 pontos.
Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, teve queda de 0,33%, aos 26.346,14 pontos.
Na Europa, os mercados também operam em tom misto. O índice pan-europeu Stoxx 600 registrava alta de 0,08%, aos 576,30 pontos, por volta de 11h (horário de Brasília).