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Ibovespa recua com mercados ainda cautelosos sobre efeitos de pandemia

19 mar 2020, 12:15 - atualizado em 19 mar 2020, 12:18
Mercados Ibovespa
Às 12:15, o Ibovespa caía 3,35%, a 64.653 pontos (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A bolsa paulista mantinha o viés negativo nesta quinta-feira, com o setor aéreo novamente em queda, mesmo após medidas anunciadas pelo governo para tentar amenizar os efeitos da pandemia do coronavírus nos resultados das companhias.

Às 12:15, o Ibovespa caía 3,35%, a 64.653 pontos. O volume financeiro era de 6,3 bilhões de reais.

No exterior, preocupações com uma eventual recessão econômica em razão das medidas para conter a propagação da Covid-19 prevaleciam sobre uma série de medidas anunciadas pelos bancos centrais no mundo.

Wall Street mostrava o S&P 500 em alta de 0,6%. Em Londres, o FTSE 100 tinha oscilação positiva de 0,05%.

“Toda a intervenção de bancos centrais está sendo rejeitada pelos mercados como uma solução para a pandemia de coronavírus”, observou o analista Jasper Lawler, chefe de pesquisa no London Capital Group.

Na visão do analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, parece que agora o que realmente irá acalmar os ânimos nos mercados será a queda no número de infectados e a descoberta de uma vacina que seja eficaz para esse mal.

No Brasil, o governo anunciou novas medidas na véspera para tentar amortecer o efeito nas companhias locais, enquanto o Banco Central cortou a taxa básica de juros no país em 0,5 ponto percentual, para a mínima recorde de 3,75%.

Também no radar está a aprovação pelo Plenário da Câmara dos Deputados na véspera do pedido de reconhecimento de calamidade pública enviado pelo governo em função da epidemia do coronavírus e a matéria vai agora ao Senado.

O estado de calamidade pública libera o governo do cumprimento da meta fiscal deste ano para o governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central), de 124,1 bilhões de reais.

Destaques

azul
Analistas do BTG Pactual esperam que o governo anuncie mais medidas para ajudar as empresas aéreas (Imagem: Divulgação Embraer)

AZUL (AZUL4) derretia 9,5% e GOL (GOLL4) recuava 5,5%, mesmo após o governo anunciar medidas como ampliação de reembolso de passagens. Para analistas do BTG Pactual, as medidas ajudam, mas ainda não são suficientes para apoiar as companhias a passar por uma crise mais longa. “Esperamos mais medidas sendo anunciadas, entre elas, linhas de crédito para capital de giro”. No ano, os papéis já acumulam perdas de cerca de 85% cada.

CVC BRASIL (CVCB3) desabava 8,6%, ampliando as perdas em 2020 para cerca de 87%, em meio a notícias de cancelamento de voos e fechamento de fronteiras, entre outras medidas para frear a propagação do Covid-19, além da disparada recente do dólar, para acima de 5 reais. Até a véspera, companhia mostrava uma queda no valor de mercado para apenas 953 milhões de reais, de 6,5 bilhões no começo de 2020.

BANCO DO BRASIL (BBAS3) tombava 10,8%, pior desempenho entre os grandes bancos de varejo listados no Ibovespa, com ITAÚ UNIBANCO (ITUB4) cedendo 7,3%, SANTANDER BRASIL (SANB11) em queda de 6,8%. BTG PACTUAL (BPAC11) recuava 14,3%.

PETROBRAS PN (PETR4) caía 0,6% e conforme os preços do petróleo no exterior experimentava uma trégua nas quedas expressivas registradas recentemente. O Brent tinha elevação de 3,8%. PETROBRAS ON (PETR3) tinha baixa de 2%.

WEG (WEGE3) avançava 3,5%. Da máxima de fechamento do ano em fevereiro até a véspera, o papel caiu 46,7%.

ECORODOVIAS (ECOR3) perdia 11,7%, tendo no radar dados prévios consolidados sobre o tráfego em suas rodovias, com alta de 10,8% em março até o dia 17 em relação ao mesmo período do ano anterior. CCR (CCRO3) cedia 10%. A empresa disse que nos últimos dias, o impacto ao tráfego nas rodovias sob concessão do Grupo CCR tem sido ainda limitado.

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