Mercados

Ibovespa renova recorde histórico com Lula e Trump e encosta nos 148 mil pontos pela primeira vez

27 out 2025, 11:14 - atualizado em 27 out 2025, 12:13
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O recorde intradia do Ibovespa é patrocinado pelo apetite ao risco externo, valorização das commodities e encontro entre Lula e Trump (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) renova a máxima histórica intradia na manhã desta segunda-feira (27) com aumento do apetite ao risco externo e a reação ao encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

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Por volta de 10h20 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira alcançou os 147.976,99 pontos, com avanço de 1,23%. O último recorde intradia tinha sido registrado em 30 de setembro, quando o índice atingiu os 147.578,38 pontos.

O recorde intradia do Ibovespa é patrocinado por um conjunto de “boas notícias”.

No último domingo (26), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e dos Estados UnidosDonald Trump, tiveram uma reunião bilateral na Malásia. Esse foi o primeiro encontro dos dois mandatários.

“Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras”, escreveu Lula em uma publicação nas redes sociais após o encontro realizado em meio à cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

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Em coletiva de imprensa, ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que governo norte-americano concordou com uma cronograma de negociações com o Brasil para chegar a um acordo sobre o tarifaço nas próximas semanas.

Além disso, o mercado vê a inflação próxima da meta no final de 2025 após o IPCA-15 de setembro ficar abaixo do esperado.

Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) reduziram as projeções para inflação pela quinta semana consecutiva, de acordo com o  Boletim Focus desta segunda-feira (27).

A previsão do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 4,70% para 4,56% em 2025 — próximo ao intervalo de tolerância da meta perseguida pela autarquia, de 3% e com margem de 1,5 ponto percentual.

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Há também o impulso das commodities. Em destaque, o contrato mais líquido do minério de ferro, com vencimento em janeiro de 2026, encerrou as negociações com alta de 1,96%, a 786,5 yuans (US$ 110,43) a tonelada na Bolsa de Dalian, na China, em meio a expectativa do encontro entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping.

Com o avanço, o Ibovespa caminha para uma valorização de 1% em outubro. 

Para a análise técnica do Itaú BBA, o principal índice da bolsa brasileira deve seguir em tendência de alta no curto prazo, com novos “ventos favoráveis” para um rali de fim de ano, e assim, atingir os 165 mil pontos ainda em 2025.

Sobe e desce do Ibovespa

Entre as companhias listadas no Ibovespa, o setor de bancos — considerado um dos pesos-pesados do índice — opera entre as maiores altas com otimismo do mercado com o encontro entre Lula e Trump.

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Ainda entre os pesos-pesados, as ações da Petrobras (PETR4;PETR3) sobem e figuram como os papéis mais negociados da B3 em reação ao Relatório de Produção e Vendas no terceiro trimestre (3T25), considerado a prévia operacional.

A produção de petróleo da Petrobras cresceu 18,4% no 3T25 ante igual período do ano passado, permitindo um recorde de exportações da commodity pela estatal, com o avanço operacional de novas plataformas e menor volume de paradas programadas.

A petroleira brasileira produziu uma média de 2,52 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no país entre julho e setembro, contra 2,13 milhões de bpd nos mesmos três meses de 2024. Na comparação com o segundo trimestre, houve uma alta de 8% na produção de petróleo.

A ponta positiva do Ibovespa, porém, é liderada por MBRF (MBRF3). A companhia, fruto da fusão entre BRF e Marfrig, anunciou um acordo de investimento com a Halal Products Development Company (HPDC), uma subsidiária integral do fundo soberano da Arábia Saudita — e que resulta na criação da marca Sadia Halal.

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Já a ponta negativa é encabeçada por Raízen (RAIZ4), que reage ao rebaixamento da Fitch Ratings. A agência de classificação de risco rebaixou os ratings de default do do emissor (IDRs) em moeda estrangeira e local de longo prazo da Raízen S.A. e da Raízen Energia S.A. de BBB para BB- e fez o mesmo com as notas seniores sem garantia da Raízen Fuels Finance S.A. que vencem entre 2027 e 2054.

Ao mesmo tempo, manteve os ratings nacionais de longo prazo das companhias e das debêntures já emitidas em AAA (bra), com perspectiva estável nessa escala. Todos os IDRs internacionais passaram a ficar em Observação de Rating Negativa (RWN).

E o dólar?

dólar opera em queda ante as moedas globais, como euro e libra, com o mercado atento às relações comerciais entre os Estados Unidos e China.

Neste fim de semana, os Estados Unidos eliminaram a ameaça das tarifas de 100% sobre as importações chinesas a partir de 1º de novembro.

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O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que espera que a China adie a implementação de seu regime de licenciamento de minerais de terras raras e ímãs por um ano, enquanto a política é reconsiderada.

Há também a expectativa de encontro entre Trump e presidente chinês, Xi Jinping, no final desta semana na Coreia do Sul.

Além disso, os investidores precificam um corte nas taxas de juros norte-americanas nesta semana. De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, os operadores veem 96,7% de chance de o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, para faixa de 3,75% a R$ 4,00%, na próxima quarta-feira (29).

Por volta de 11h, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, caía 0,06%, no nível dos 98pontos.

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Na comparação com o real, o dólar opera no nível de R$ 5,30. No mesmo horário, a divisa norte-americana operava a R$ 5,3824 (-0,20%). Por aqui, o real ganha força com apoio das commodities e as tratativas comerciais entre Lula e Trump;



Exterior

Os índices de Wall Street operam em alta com as relações comerciais dos Estados Unidos com países parceiros no radar e impulso das ações de tecnologia.

O shutdown, já o segundo mais longo da história do país, entrou em seu 27º dia e ainda sem perspectiva de acordo no Congresso.

Por volta de 11h (horário de Brasília), o S&P 500 subia 0,97%, aos 6.857,43 pontos; Dow Jones tinha alta de 0,66%, aos 47.516,50 pontos, e Nasdaq avançava 1,54%, aos 23.562,650 pontos.

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Na Ásia, os índices fecharam em forte alta com expectativas de acordos comerciais com os Estados Unidos. Em destaque, o índice Nikkei, do Japão, superou os 50 mil pontos pela primeira vez e encerrou a sessão com alta de 2,46%, aos 50.512,32 pontos.

Há a expectativa de que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, tenha um encontro bilateral com Donald Trump ainda nesta semana, durante visita do presidente norte-americano ao Japão.

Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, teve avanço de 1,05%, aos 26.433,70 pontos, com o acordo dos EUA e a China sobre terras raras e a suspensão das tarifas de importação de Trump sobre os produtos chineses.

Na Europa, os mercados operam em tom positivo. O índice pan-europeu Stoxx 600 registrava alta de 0,12%, aos 576,46 pontos, por volta de 11h (horário de Brasília).

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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