Mercados

Ibovespa sobe após IPCA abaixo do esperado e marca 2ª semana seguida de alta

10 dez 2021, 18:12 - atualizado em 10 dez 2021, 19:33
B3, Ibovespa, Mercados, Ações
O Ibovespa subiu 1,38%, a 107.758,34 pontos (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

O Ibovespa (IBOV) voltou a subir nesta sexta-feira e teve sua segunda semana consecutiva de alta, após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançar em novembro menos do que o esperado por economistas.

O Ibovespa também teve suporte a sessão no azul em Nova York, à medida que um dado de inflação nos EUA em linha com as expectativas amenizou preocupações de que o Federal Reserve precisará apertar agressivamente a política monetária para conter pressão nos preços.

O Ibovespa subiu 1,38%, a 107.758,34 pontos. O giro financeiro da sessão ficou novamente abaixo da média recente, em 22,1 bilhões de reais.

Na semana, o índice avançou 2,56%. “O Ibovespa está muito descontado, em qualquer métrica de ‘valuation’ que usar, mas não acho que esse desconto fecha todo”, diz Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset.

Ele afirma que há espaço para o Ibovespa estender a recuperação, mas aponta questões que podem segurar o desempenho como a incerteza sobre o patamar de juros no Brasil e no exterior e as eleições presidenciais.

Já em alta desde a abertura após o IPCA abaixo do estimado, o Ibovespa ganhou tração após dado de inflação nos EUA.

O avanço de 0,95% do IPCA em novembro ante outubro foi o pico para o mês desde 2015, segundo o IBGE.

Ainda assim, o dado trouxe alívio  e ajudou na queda dos juros futuros , já que a estimativa de economistas era de alta de 1,08%, pela pesquisa Reuters. Em 12 meses, a taxa atingiu 10,74%, ante projeção de 10,88%.

Os números vieram na esteira de um tom mais duro adotado do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) sobre a inflação, que derrubou o Ibovespa na véspera.

O Copom subiu a Selic em 1,5 ponto percentual na quarta-feira, e indiciou novo ajuste de mesmo porte para sua próxima reunião, mencionando aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas de inflação para prazos mais longos.

“Acho que o mercado deu uma respirada técnica, mas vamos olhar os próximos números”, diz Mikail sobre a reação ao IPCA na sequência do Copom.

Dos EUA veio o outro dado de inflação que movimentou os mercados. O índice de preços ao consumidor do país subiu 0,8% em novembro, ante estimativa de 0,7% em pesquisa Reuters.

O avanço praticamente em linha com as estimativas amenizou alguma pressão sobre o banco central norte-americano na direção de um aperto mais agressivo da política monetária.

Na semana que vem, membros do Federal Reserve tem a última reunião para no ano. O mercado aguarda por informações sobre o ritmo da retirada de estímulos  compras mensais de títulos  pelo Fed e busca pistas sobre quando os juros podem subir.

O Nasdaq, o S&P 500 e o Dow Jones avançaram entre cerca de 0,5% e 1%. Na Europa, bolsas caíram diante de preocupações com a Ômicron e estendendo certa cautela após um início de semana de altas fortes para os índices acionários do continente.

Destaques

Banco Pan (BPAN34) disparou 15,3% e foi a maior alta do Ibovespa em percentual.

Méliuz (CASH3) subiu 14,9%, Locaweb (LSAW3) apontou ganhos de 7,7% e Banco Inter (BIDI11) teve alta de 6,4%.

Btg Pactual (BPAC11)  subiu 6,85%.

Eztec (EZTC3) subiu 9%, Cyrela (CYRE3) fechou em alta de 5,9%, MRV (MRVE3) evoluiu 5,3% e Jhsf (JHSF3) avançou 5,2%, em outro setor sensível ao movimento nos juros.

Nubank (NU) subiu 14,7%, marcando nova alta na Bolsa de Valores de Nova York em seu segundo dia de negociações.

Na B3 (B3SA3), os BDRs do banco digital avançaram 14,54%.

Dexco (DXCO3) disparou 8,15%, após o conselho de administração da companhia aprovar antecipação de pagamentos de proventos aos acionistas relativos a 2021 no valor de 878,4 milhões de reais. A empresa também aprovou bonificação de 10% das ações.

Magazine Luiza (MGLU3) chegou a operar no negativo em boa parte da sessão, mas fechou em alta de 1,43%.

Via (VIIA3) subiu 2,24%, Americanas (AMER3) avançou 1,9% e Lojas Americanas (LAME4) subiu 2,74%.

Itaú Unibanco (ITUB4) cresceu 0,14% e Banco do Brasil (BBAS3) subiu 1,5%, enquanto Bradesco (BBDC4)  cedeu 0,4%, e Santander Brasil (SANB11) teve queda de 0,16%.

Bradesco divulgou proventos aos acionistas na quinta-feira à noite e o Itaú nesta sexta, após o fechamento do mercado.

B3 (B3SA3) subiu 5,7%, após divulgar projeções para 2022 e anunciar uma recompra de ações. A empresa estima maior investimentos em novas iniciativas e negócios, em comparação à este ano, mas projeta queda nos investimentos em suas atividades principais.

Além disso, a B3 anunciou na véspera uma recompra de até 250 milhões de ações em 12 meses.

Petrobras (PETR4) (PETR3) subiu 1,2% e a ação  avançou 1,3%. O contrato futuro do petróleo Brent fechou em alta de 0,98%.

CSN (CSNA3) caiu 0,3% após ter sido uma das poucas a subir na véspera na sequência de encontro com analistas e investidores.

Vale (VALE3) subiu 0,6%, apesar da queda dos futuros do minério de ferro nas bolsas da Ásia.

WEG (WEGE3) e Natura (NATU3)  caíram 1,9% e 1,54%, respectivamente, e foram as maiores baixas em percentual do índice.

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