Mercados

Ibovespa sobe 3% com Vale disparando mais de 7%; investidores atentos ao Copom

17 mar 2020, 11:56 - atualizado em 17 mar 2020, 12:00
Dia de recuperação para a bolsa brasileira (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa chegou a avançar mais de 3% nesta terça-feira, em meio a uma correção técnica e anúncio de novos estímulos no exterior e no Brasil, mas passou a mostrar volatilidade, uma vez que permanecem preocupações sobre o tamanho real do efeito da pandemia do novo coronavírus nas economias.

Às 11:52, o Ibovespa (IBOV) subia 2,95%, a 73.267,48 pontos. Na máxima, chegou a 73.627,41 pontos. No pior momento, quando mudou o sinal, marcou 70.782,50 pontos. O volume financeiro somava 4,8 bilhões de reais.

Na véspera, o Ibovespa caiu quase 14%, renovando mínimas desde 2018, em nova sessão com circuit breaker diante da aflição de que a desaceleração nas economias em razão do coronavírus será maior do que tem sido projetado.

Novas medidas de estímulos econômicos foram anunciadas no mundo entre a noite da véspera e a madrugada desta terça-feira, respaldando a recuperação em alguns mercados, mas o ambiente segue volátil em meio a dúvidas sobre a eficácia dessas ações.

Na visão do economista-chefe do banco Julius Baer, Janwillem Acket, os mercados financeiros, no momento, estão precificando uma recessão global, apesar de ações coordenadas de política monetária, dos esforços para lidar com a liquidez e as restrições de crédito. “A bola está no campo fiscal agora.”

Os pregões europeus mostravam queda, com o FTSE 100, em Londres, em baixa de 0,6%. Em Wall Street, o S&P 500 subia 1,5%, após ter a maior perda desde 1987.

Primeira morte por coronavírus no Brasil acontece em São Paulo (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

“Investidores até ensaiam uma retomada do fôlego para os negócios, mas as preocupações com os impactos do coronavírus pesam”, destacou a Ágora Investimentos. Em análise gráfica, a citou que seria importante uma reação do Ibovespa para cima de 68.500 para a preservação da estrutura positiva de médio prazo.

No Brasil, a evolução do contágio do Covid-19 no país também continua sendo monitorada, principalmente seus reflexos na atividade econômica no país. Em São Paulo, que concentra a maioria dos casos, foi registrada a primeira morte pelo vírus nesta terça-feira.

Após pacote de estímulos anunciado pelo governo na véspera, investidores estão na expectativa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que começa nesta terça-feira e terá seu desfecho na quarta-feira, principalmente a possibilidade de um corte da Selic, atualmente em 4,25%.

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Destaques

Vale (VALE3) subia 4,1%, respaldada pela alta dos preços do minério de ferro na China. A mineradora também decidiu desacelerar a operação da mina de Voisey’s Bay, no Canadá, como precaução para proteger comunidades indígenas próximas diante da pandemia de coronavírus, o que impactará negativamente a produção de cobre.

Azul (AZUL4) recuava 12% e Gol (GOLL4) perdia 4,6%, revertendo ganhos dos primeiros negócios, ainda impactadas pelos reflexos da pandemia de coronavírus, além da alta do dólar em relação ao real. Na véspera, ambas anunciaram fortes cortes de capacidade para os próximos meses por causa da queda na demanda.

Petrobras (PETR4) subia 0,9% e Petrobras (PETR3) caía 1,2%, em sessão volátil, com os preços do petróleo Brent caindo 1,6%. Fontes afirmaram à Reuters nesta terça-feira que a trading Glencore afretou o navio-tanque de 3 milhões de barris chamado “Europa” para armazenar petróleo no mar por pelo menos seis meses.

Bradesco (BBDC4) tinha variação positiva de 2% e Itaú Unibanco (ITUB4) recuava 1,2%, enfraquecendo após um começo de negócios mais positivo. Banco do Brasil (BBAS3) tinha elevação de 1%.

Marfrig (MRFG3) tinha elevação de 5%. A companhia anunciou a nomeação de Miguel de Souza Gularte como diretor presidente da companhia, em substituição a José Eduardo de Oliveira Miron. Também aprovou recompra de ações.

reuters@moneytimes.com.br