Agronegócio

Indústria de soja argentina rebate proposta do governo para assumir a Vicentin

12 jun 2020, 15:07 - atualizado em 12 jun 2020, 15:07
Presidente da Argentina, Alberto Fernández
Não concordamos com a expropriação”, disse a Vicentin em comunicado divulgado na quinta-feira, depois que os diretores da empresa se encontraram com Fernandez (Imagem: Reuters/Mariana Greif)

A câmara da agroindústria de exportação da Argentina disse nesta sexta-feira que estava “profundamente preocupada” com a aquisição da Vicentin planejada pelo governo, uma das principais processadoras de soja do país e uma participante importante no setor de exportação agrícola.

A aquisição, que exigirá aprovação do Congresso, foi anunciada pelo presidente argentino, Alberto Fernandez, no início da semana, gerando temores no setor, à medida que agricultores, a Vicentin e outros exportadores se preocupavam com a possibilidade de a intervenção do governo comprometer sua independência.

“A divisão de poderes consagrada na Constituição deve ser respeitada”, afirmou a câmara de exportação CIARA-CEC em comunicado. “Violá-los gera insegurança jurídica e questões sobre propriedade privada que podem manter o investimento fora do país.”

Fernandez caracterizou a aquisição como o resgate da falida empresa familiar argentina, em vez de uma tomada de poder pelo Estado.

Mas a comunidade empresarial e a própria Vicentin foram claras na oposição ao plano.

“Não concordamos com a expropriação”, disse a Vicentin em comunicado divulgado na quinta-feira, depois que os diretores da empresa se encontraram com Fernandez.

As negociações continuarão com o governo Fernandez com o objetivo de encontrar uma “solução público-privada”, afirmou o comunicado.

A Argentina é o principal fornecedor mundial farelo de soja para alimentação animal. Fundada em 1929, a Vicentin já foi a principal exportadora argentina de derivados de soja.

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