Bula do Mercado

Inflação ao consumidor nos EUA (CPI) guia mercados; saiba o que esperar para o Ibovespa (IBOV) hoje

13 out 2022, 7:47 - atualizado em 13 out 2022, 8:21
Ibovespa
Ibovespa volta do feriado ontem com todos os olhos do mercado financeiro voltados à inflação ao consumidor nos EUA, que calibra apostas para o Fed (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa volta da pausa do feriado ontem com a atenção concentrada nos mercados internacionais. Os ativos de risco amanheceram em tom positivo, à espera da inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI) em setembro, às 9h30. Mas a direção para o dia vai depender dos números do indicador.  

Afinal, leituras acima do esperado do CPI norte-americano desencadearam algumas das maiores ondas vendedoras (sell off) em Wall Street em 2022. Em contrapartida, a queda acumulada de quase 25% pelo S&P 500 neste ano abre espaço para alguma recuperação, respingando no Ibovespa e no dólar, caso o índice de preços no varejo dos EUA venha dentro ou abaixo do previsto.

A previsão é de desaceleração na taxa anual do CPI para 8,1% em setembro, ante alta de 8,3% em agosto. Já o núcleo do indicador, que exclui itens voláteis como alimentos e combustíveis, deve ganhar força e subir 6,5%, em base anual, de +6,3% em agosto. Ontem, a inflação ao produtor dos EUA (PPI) mostrou um quadro de inflação ainda pressionada.      

Os preços no atacado desaceleram a alta para 8,5% em setembro, em base anual, de +8,7% no mês anterior. O núcleo do PPI permaneceu estável em 5,6%. Em base mensal, o PPI subiu acima do esperado, em +0,4% no mês passado, mesma alta mensal apontada pelo núcleo do indicador.

Inflação calibra aperto do Fed

Juntos, os números da inflação nos EUA em setembro tendem a reforçar a postura agressiva (“hawkish”) do Federal Reserve no ritmo de aperto dos juros. A ata da reunião de setembro, divulgada ontem, deixou claro que “o custo de tomar poucas medidas para reduzir a inflação superou o custo de tomar muitas medidas”.

Para o Fed, a inflação está “inaceitavelmente alta” e ainda não respondeu de “forma apreciável” ao aperto da política monetária, apesar dos cinco aumentos seguidos neste ano na taxa de juros nos EUA, desde março. Com isso, pioraram os temores de recessão econômica, que podem ser reforçados pela temporada de balanços, que começa amanhã. 

Portanto, qualquer alívio nos mercados vindo do CPI hoje tende a ser passageiro. Dificilmente um eventual CPI mais baixo será suficiente para alterar o plano de voo do Fed. No mercado futuro, as apostas de novo aumento de 0,75 ponto percentual (pp) na taxa de juros nos EUA em novembro seguem majoritárias, com 82% de chance. 

Ibovespa espera debate na TV

Enquanto isso, no Brasil, os investidores estão em compasso de espera pelo debate na TV, no domingo. Será o primeiro confronto direito entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) neste segundo turno. E o tom tende a ser de ataque, tal qual nas redes sociais, com os eleitores optando pelo candidato menos pior.  

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Talvez por isso, as pesquisas eleitorais continuem mostrando pouca variação em relação ao resultado visto nas urnas no primeiro domingo de eleições. Ainda que os levantamentos indiquem um ligeiro favoritismo do petista frente ao candidato à reeleição, os números apontados são semelhantes ao consolidado pelas urnas, com 48% versus 43%.  

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h35:

EUA: os futuros do Dow Jones subia 0,45%; o S&P 500 avançava 0,49%; enquanto o Nasdaq tinha alta de 0,27%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 oscilava com -0,02%; a bolsa de Frankfurt subia 0,76% e a de Paris avançava 0,24%, enquanto a de Londres tinha -0,01%

Câmbio: o DXY caía 0,31%, a 112.96 pontos; o euro subia 0,28%, a US$ 0,9730; a libra tinha alta de 0,50%, a US$ 1,1158; o dólar tinha leve baixa de 0,06% ante o iene, a 146,80 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,901%, de 3,900% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,291%, de 4,287% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro subia 0,24%, a US$ 1.681,50 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI oscilava com -0,08%, a US$ 87,20 o barril; o do petróleo Brent tinha +0,01%, a US$ 92,46 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou em baixa de 0,98% em Dalian (China), a 760,50 yuans.

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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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