Economia

Inflação de julho deve registrar queda, mas ela será temporária; entenda

08 ago 2022, 15:01 - atualizado em 08 ago 2022, 15:01
Supermercado, RJ
Projeção do mercado é de uma queda de 0,66% na inflação. (Imagem: Reuters/Pilar Olivares)

Amanhã, será divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho e o dado é esperado ansiosamente pelo mercado, que projeta uma queda média de -0,66%. Caso as expectativas estejam certas, essa vai ser a maior deflação do Plano Real.

O resultado deve sofrer influência das medidas tomadas pelo governo para controle de preço dos combustíveis e energia elétrica, além dos reajustes no preço da gasolina anunciados no mês passado pela Petrobras (PETR3; PETR4).

O reajuste dos preços nas refinarias não chegou a ser sentido no IPCA-15 por uma questão de datas da coleta de dados. Apesar do indicador ter desacelerado, quando comparado com os 0,69% de junho, a prévia da inflação se manteve em alta de 0,13%.

No entanto, essa aliviada nos preços não deve durar por muito tempo. Rodrigo Ashikawa, economista-chefe da Claritas, lembra que a inflação segue elevada e acima das metas para o ano, de 3,5% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

“A gente deve ver uma deflação em julho e talvez agosto, mas muito por causa dessas medidas que envolvem os combustíveis e também por uma redução nos preços das commodities que ajudam no curto prazo. Mas ainda tem um ponto de atenção que são os preços de serviços que seguem altos”.

Além disso, Fabio Louzada, economista, analista CNPI e fundador da Eu me banco, ressalta que a PEC das Bondades, que ampliou benefícios sociais como o Auxílio Brasil e o vale-gás, pressionará a inflação nos próximos meses.

“Sentiremos os efeitos dessas medidas na inflação no começo de 2023. O próprio Boletim Focus mostra o IPCA de 2023 avançando, agora de 5,33% para 5,36%, a 18ª alta seguida”, afirma.

Ao injetar dinheiro na economia, o governo está estimulando o consumo e isso tende a aumentar a inflação – indo contra os apertos monetários promovidos pelo Banco Central para diminuir a atividade econômica e controlar os preços.

O Banco Central também não deve dar muita atenção à inflação de julho. A autoridade monetária indicou em seu último comunicado que a inflação, claro, era uma preocupação, mas que a deterioração fiscal e as medidas do governo também estavam no radar na hora de decidir o futuro da política monetária.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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