Ibovespa Inflação provoca queda no salário de contratação em 128 das 140 principais profissões; veja as maiores baixas
A inflação segue como um fantasma cada vez mais vivo nas vidas dos brasileiros que veem sua renda corroída por ela e são poucas as profissões em que o salário médio de contratação não teve queda real no último ano.
Apenas 12 das 140 ocupações mais relevantes do mercado de trabalho formal tiveram alta na remuneração média de admissão que supera a inflação no acumulado de 12 meses, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A CNC avaliou o salário médio de admissão de 2.608 profissões classificadas segundo a Classificação
Brasileira de Ocupações (CBO) tendo como base o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Cenário geral
Para a análise, foram eliminadas as profissões menos relevantes do ponto de vista quantitativo restando as 140
maiores – responsáveis por 72% das ocupações atuais com carteira assinada no Brasil.
Da variação observada, foi descontada a inflação dos 12 meses encerrados em maio de 2022 (+11,9%, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC).
De acordo com o levantamento, mesmo com o crescimento de 6,3% entre maio de 2021 e maio de 2022 da remuneração média nominal de admissão, esse avanço não compensou a perda média do poder de compra do salário, recuando 5,6% no período, descontada a inflação.
Em valores nominais e deflacionados pelo INPC o salário médio de admissão em maio de 2021, por exemplo, era de R$ 2.010,68. No mesmo mês deste ano o valor ficou em R$ 1.898,02.
Superando a inflação
Entre o seleto grupo de profissões que conseguiram superar a inflação estão as que tiveram as contratações impactadas, principalmente, pela pandemia do Coronavírus, como as atividades ligadas às áreas de saúde, educação e tecnologia.
Em primeiro lugar, com ganho de 35,6% acima da inflação, está o médico clínico com salário médio de contratação, nos últimos 12 meses até maio, de R$ 10.833,65.
No ranking também estão presentes professores, profissionais de TI e de atividades relacionadas à indústria.
| Profissão | Salário médio* (R$) | Variação real (%)** | |
| 1 | Médico clínico | 10.834,65 | 35,6% |
| 2 | Professor de nível médio no ensino fundamental | 3.329,17 | 15,6% |
| 3 | Controlador de entrada e saída na indústria | 2.341,36 | 8,0% |
| 4 | Professor de nível superior na educação infantil | 2.402,32 | 4,9% |
| 5 | Estoquista | 1.780,15 | 3,2% |
| 6 | Programador de sistemas de informação | 5.295,74 | 2,2% |
| 7 | Professor de nível médio na educação infantil | 2.002,46 | 2,0% |
| 8 | Gerente comercial | 4.833,14 | 1,2% |
| 9 | Trabalhador no cultivo de árvores frutíferas | 1.381,09 | 1,2% |
| 10 | Analista de desenvolvimento de sistemas | 6.804,83 | 1,1% |
| 11 | Costureiro na confecção em série | 1.480,47 | 0,6% |
| 12 | Repositor de Mercadorias | 1.586,54 | 0,5% |
(Fonte: CNC)
* Nos últimos 12 meses encerrados em maio de 2022
**Descontada a inflação medida pelo INPC
Vale ressaltar que a queda do desemprego e a criação de vagas com carteira assinada nos últimos meses ainda não refletiu em uma melhora dos salários pagos para quem está buscando recolocação profissional.
Maiores quedas
Entre as que tiveram a maior queda no salário médio de admissão em 12 meses, está em primeiro lugar os motoristas de ônibus urbano, seguido por contínuo (auxiliar administrativo) com ambas profissões com uma diminuição de 19% em um ano.
| Profissão | Salário médio* (R$) | Variação real (%)** | |
| 1 | Motorista de ônibus urbano | 2.490,00 | -19% |
| 2 | Contínuo | 1.415,00 | -19% |
| 3 | Auxiliar de desenvolvimento infantil | 1.433,00 | -18% |
| 4 | Pedreiro | 2.064,00 | -16% |
| 5 | Carregador (veículo de transporte terrestre) | 1.913,00 | -15% |
| 6 | Motorista de ônibus rodoviário | 2.449,00 | -15% |
| 7 | Garçom | 1.608,00 | -15% |
| 8 | Fisioterapeuta geral | 3.050,00 | -14% |
| 9 | Agente de saúde pública | 1.986,00 | -14% |
| 10 | Atendente de lanchonete | 1.396,00 | -13% |
(Fonte: CNC)
* Nos últimos 12 meses encerrados em maio de 2022
**Descontada a inflação medida pelo INPC
A maioria das ocupações listadas estão relacionadas a setores amplamente impactados pela pandemia, como restaurantes e bares, e que ainda não conseguiram retomar o patamar anterior ao período de restrições sanitárias devido ao encurtamento da demanda.
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