Banco Central

Intervenção do Banco Central no dólar: O que é um swap cambial?

02 abr 2024, 11:02 - atualizado em 02 abr 2024, 11:02
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O Banco Central usa o swap cambial para reduzir a exposição da economia brasileira a variações excessivas do dólar. (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

Nesta terça-feira (2), o Banco Central realizará um leilão adicional de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional, o que equivale a US$ 1 bilhão.

O objetivo é a manutenção do funcionamento regular do mercado de câmbio, sendo que o anúncio aconteceu após o dólar disparar 0,8% e fechou em R$ 5,059. Trata-se da maior cotação dos últimos seis meses, puxada pelas incertezas sobre a economia americana.

No entanto, o BC destacou que esse movimento é “resultante dos efeitos do resgate de NTN-A3 (Nota do Tesouro Nacional, subsérie A3) em 15/4/2024”. Ou seja, o Banco Central não está colocando a culpa nos Estados Unidos.

Daqui a duas semanas, estão programados para vencer um total de R$ 18,534 bilhões em NTN-A3 — em valores atuais, os papeis equivalem a cerca de US$ 3,7 bilhões.

Essa será a primeira vez que a autoridade monetária faz uma intervenção no câmbio no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde dezembro de 2022, o Banco Central estava apenas promovendo a rolagem de linhas e do estoque de swaps cambiais.

“Esta intervenção, que não ocorria há mais de um ano, visa a manutenção da estabilidade cambial, mas pode gerar um aumento na volatilidade do mercado no curto prazo por conta da percepção, sobretudo em um ano marcado pela expectativa de mudança na liderança do BC”, afirma Matheus Spiess, estrategista da Empiricus.

Banco Central e dólar: O que é swap cambial

Swap significa troca, em inglês, e é um derivativo financeiro que promove a troca de taxas ou rentabilidade de ativos financeiros entre agentes econômicos de forma simultânea. Ou seja, é uma troca entre empresas, investidores e governo.

É dessa forma que o Banco Central reduz a exposição da economia brasileira a variações excessivas do dólar, além de trazer liquidez ao mercado de câmbio doméstico.

Basicamente, o swap é a injeção de dólares no mercado futuro, no qual o BC se compromete a pagar ao detentor do swap a variação do dólar, acrescida de uma taxa de juros (chamada de cupom cambial) e a variação da Selic.

“Quando uma empresa possui um ativo financeiro indexado à variação do dólar comercial e deseja trocar esse indexador por uma determinada taxa prefixada, sem se desfazer do ativo financeiro, ela poderá realizar essa operação por meio de uma troca de taxas”, explica o Banco Central.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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