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IRB amplia assentos no conselho de administração, com eleição de Hugo Castillo

01 jul 2020, 10:01 - atualizado em 01 jul 2020, 10:01
IRB BRASIL IRBR3
Inferno astral: situação do IRB continua irritando investidores (Imagem: Youtube/IRB)

Ainda sob o impacto da investigação interna que detectou diversas irregularidades financeiras e do balanço do primeiro trimestre, que desagradou o mercado, o IRB (IRBR3) elegeu Hugo Daniel Castillo como o nono membro do conselho de administração.

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Sua chegada atende ao objetivo de ampliar de oito para nove o número de assentos no colegiado que comanda a resseguradora, cumprindo, assim, a decisão da assembleia de acionistas realizada em 23 de junho.

Castillo tem 40 anos de atuação no mercado de resseguros. Seu último posto foi na General RE Argentina, onde liderava a área de contratos P&C (property & casualty) na América Latina, Espanha e Portugal. Também conta com passagens pela Munich RE Canadá, Bradesco Seguros e SulAmérica (SULA11).

O IRB também confirmou a promoção de Isabel Blázquez Solano para o cargo recém-criado de vice-presidente executiva de resseguros. Solano ingressou no IRB em 2013 e atua, até o momento, como diretora internacional de subscrição. Sua posse, contudo, ainda depende de aprovações da Susep (Superintendência de Seguros Privados).

Desventuras em série

Desde que o IRB instaurou uma auditoria interna para apurar irregularidades cometidas pela gestão anterior, a resseguradora vem afugentando os investidores. O último capítulo ocorreu nesta terça-feira (30), com a divulgação do balanço do primeiro trimestre.

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O lucro líquido caiu 92% no primeiro trimestre de 2020, a R$ 13,874 milhões, na comparação com o mesmo período do ano passado. O número ficou bem abaixo das expectativas e motivou comentários desabonadores de analistas de mercado.

Os mais contundentes vieram do Credit Suisse, que divulgou dois relatórios sobre a empresa ontem, ambos obtidos pelo Money Times.

No primeiro, assinado por Marcelo Telles, Otavio Tanganelli e Alonso Garcia, o banco afirma que “o IRB é negociado, atualmente, por um P/L (Preço-Lucro) de 3,1 vezes, precificando-o num ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) muito maior do que aquele que a empresa parece ser capaz de gerar.”

No fim da noite, o segundo relatório foi ainda mais incisivo, ao derrubar o preço-alvo das ações de R$ 43 para R$ 7,50, aproximadamente 32% abaixo do valor atual. A recomendação para os papéis passou de neutra para underperform (venda).

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O IRB também anunciou, ontem, a contratação do Bradesco BBI e do Itaú BBA para estruturar um possível aumento de capital, com o objetivo de se enquadrar nas exigências da Susep. Como se sabe, a autarquia detectou insuficiência de recursos do IRB para cobrir as provisões técnicas exigidas.

Veja o comunicado ao mercado divulgado pelo IRB neste 1º de julho.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.