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IRB (IRBR3) começa 2023 com disparada de 20%; alta é sustentável?

09 jan 2023, 20:02 - atualizado em 10 jan 2023, 0:07
IRB Brasil
Para 2023, as incertezas continuam, mas o papel parece dar sinais de que chegou ao piso (Imagem: IRB Brasil/Linkedin)

O IRB (IRBR3) iniciou 2023 com disparada de 20% nas primeiras sessões. Só neste pregão, a resseguradora chegou a saltar 11%, mas diminuiu os ganhos e fechou em alta de 7%, a R$ 1,06.

Sem notícias relevantes neste período, o papel tenta recuperar o fôlego após liderar as perdas no ano passado, com recuos de 70%.

Para 2023, as incertezas continuam, mas a ação parece dar sinais de que chegou ao piso.

Matheus Amaral, do Inter Research, espera resultados melhores em 2023, com a sinistralidade no ramo rural, que afetou o resultado da resseguradora ao longo do segundo e terceiro trimestre, entrando em normalidade.

“O desafio para a companhia será de manter uma boa evolução nos prêmios emitidos no Brasil para compensar a estratégia de redução de exposição no exterior”, destaca.

Além disso, ele lembra que a resseguradora ainda sente resquícios de contratos não renovados desde o início da reestruturação, que ainda impactam a sinistralidade, mas que devem reportar um efeito menor no ano que vem.

Por outro lado, Amaral ressalta que a companhia continua sensível a novos prejuízos, dado que a solvência regulatória segue apertada, mesmo após follow-on, não dando muita margem para eventos de estresse como ocorrido no ramo rural em neste ano.

“É difícil falar que a ação chegou ao piso, acreditamos que o preço reflete os lucros da companhia e a capacidade de gerar valor, enquanto a situação continuar turva quanto a melhores resultados, os preços devem sofrer pressão”, observa.

Para Leo Dutra, da Invius Research, enquanto os contratos de cauda longa continuarem com impactos significativos no resultado da empresa, “não devemos ter uma perspectiva tão positiva para os próximos meses”.

O que IRB precisa para respirar?

De acordo com o analista do Inter, a recuperação do IRB dependerá de uma menor sinistralidade e prêmios no Brasil em crescimento com qualidade nos contratos.

“Em termos de precificação, as resseguradoras internacionais costumam negociar a 1 vez o patrimônio líquido e o mercado monitora esse múltiplo. Dado o risco da companhia e os prejuízos recentes, há um desconto que faz sentido. A companhia precisa reportar resultados com sinais mais sólidos de que não terá novos prejuízos”, argumenta.

Já Dutra coloca que os resultados dos próximos balanços serão importantes para entender se as medidas que vêm sendo tomadas vão repercutir para a empresa.

“Mas acredito que será um processo mais longo”, completa.

Novo CEO dará jeito?

Em novembro, Raphael de Carvalho renunciou ao cargo de presidente-executivo, após pouco mais de um ano na posição, sendo substituído por Marcos Falcão, conselheiro do IRB desde maio de 2020 e ex-presidente da Icatu Seguros.

Mais cedo em dezembro, Falcão afirmou à Reuters que a resseguradora não planeja fazer uma novo aumento de capital, mesmo depois de novos resultados negativos, e aposta numa melhora de gestão e dos números operacionais nos próximos meses para voltar ao azul em 2023.

“Este ano é para arrumar a casa e começar 2023 em uma outra velocidade. O primeiro trimestre vai ser um grande trimestre de ajuste…e a partir do segundo trimestre o negócio já estar encaminhado” com relação a seus objetivos, acrescentou.

As ações do IRB devem deixar de fazer parte do Ibovespa na carteira de janeiro a abril.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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