Comprar ou vender?

IRB (IRBR3) salta 5% após 2T25 e analistas projetam dividendos para o próximo trimestre; hora de comprar?

15 ago 2025, 12:00 - atualizado em 15 ago 2025, 12:00
IRB
Ações do IRB reagem positivamente ao balanço do segundo trimestre de 2025 (Imagem: Divulgação)

As ações do IRB (Re) (IRBR3) se destacam no Ibovespa (IBOV) no pregão desta sexta-feira (15), com o mercado digerindo o balanço do segundo trimestre de 2025, divulgado na véspera. Os números vieram acima das estimativas de analistas.

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A resseguadora reportou um lucro líquido de R$ 144 milhões no segundo trimestre de 2025, crescimento de 120% em relação ao lucro apurado no mesmo período do ano passado.

Na primeira hora de pregão, as ações IRBR3 saltaram mais de 5%. Por volta de 11h50 (horário de Brasília), o avanço era de 3,15%, a R$ 47,87. Acompanhe o tempo real.



O IRB reportou um índice de sinistralidade de 51,9% no trimestre, 13 pontos percentuais abaixo do desempenho de um ano antes. Já os prêmios emitidos no período alcançaram R$ 1,343 bilhão, queda de 6,3% ante o segundo trimestre de 2024.

De acordo com a companhia, o seguro rural está em retração devido a questões macroeconômica que tem afetado todo o setor. “A adequação das taxas por parte das seguradoras e a menor subvenção federal influenciaram na retração da demanda pelo seguro”.

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O que chamou atenção no 2T25

O Safra pontua que o desempenho de junho superou os resultados reportados até maio, com o lucro líquido mensal totalizando R$ 84 milhões. Essa melhora, que excedeu as projeções do banco, é explicada pela redução de sinistros, com uma nova reversão de provisão IBNR (Sinistros Ocorridos, Ainda Não Relatados).

Isso resultou em uma melhoria sequencial de 15 pontos percentuais na razão de perdas, compensando o desempenho ainda fraco dos prêmios e um declínio sequencial na receita financeira, que ficou em R$ 32 milhões em junho, contribuindo menos do que a média dos últimos seis meses (cerca de R$ 60 milhões).

Os analistas ponderam que o índice de solvência mais uma vez expandiu significativamente para 237%, alta de 30 pontos percentuais. Essa tendência de alta pode impulsionar uma aceleração do crescimento dos prêmios no futuro, embora o banco espere que a administração siga essa estratégia apenas a partir de 2026.

“Enquanto isso, o crescimento dos prêmios deve permanecer em ritmo lento, limitando o potencial de expansão do lucro líquido. Reiteramos nossa classificação Neutra“, diz o Safra.

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De maneira geral, o BTG Pactual classifica o segundo trimestre como robusto, apesar de uma receita ainda fraca devido ao mercado “duro”, aos desafios contínuos no setor agrícola e ao rigor da IRB na seleção de riscos.

“A empresa apresentou uma forte margem de subscrição e um índice combinado saudável. Os lucros poderiam ter sido ainda maiores se não fossem por ventos contrários pontuais nos resultados financeiros e um grande sinistro de propriedade no Brasil em abril”, dizem os analistas do banco.

A companhia IRB saiu oficialmente de sua fase de recuperação e continua a priorizar a lucratividade em detrimento de uma expansão agressiva da receita, garantindo a renovação de contratos a preços competitivos, destaca o BTG.

O banco coloca ainda que os índices regulatórios permanecem em níveis confortáveis e, com as perdas acumuladas no balanço patrimonial quase zeradas, a expectativa é de que a empresa retome o pagamento de dividendos já no terceiro trimestre.

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“Em nossa visão, a avaliação permanece atraente, sustentada por uma clara tendência de alta nos fundamentos. Por isso, reiteramos nossa recomendação de compra“, diz o BTG.

A Genial Investimentos elevou a recomendação de “manter” para “compra“, tendo em vista a melhora operacional consistente, o fim do ciclo de reestruturação e o ambiente de juros elevados, que reforçam a perspectiva de continuidade no ganho de rentabilidade.

Os analistas da casa destacam que uma forte melhora operacional da resseguradora impulsionou o resultado. A companhia registrou um índice combinado de 90,7% no trimestre (vs. 103,7% no 1T25), bem abaixo do breakeven operacional de 100%.

A evolução foi sustentada principalmente pela significativa redução da sinistralidade, refletindo uma base comparativa mais fraca e o foco em contratos mais rentáveis, além da queda de 10 pontos percentuais ano a ano no índice de comissionamento, que ficou em 20,7%, beneficiado pelo encerramento de um contrato específico no segmento de Vida em julho de 2024.

Hora de comprar ou de vender IRB (Re)?

Banco/Corretora Recomendação Preço-alvo
BTG Pactual Compra R$ 56
Safra Neutra R$ 53
Genial Investimentos Compra R$ 59,80
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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.