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IRB: Safra vê luz no fim do túnel mais distante e corta preço-alvo em 62%

22 dez 2021, 15:12 - atualizado em 22 dez 2021, 15:13
IRB
IRB não mostra que saíra na crise tão cedo, aponta Safra (Imagem: Divulgação/ IRB)

A recuperação do IRB (IRBR3) está demorando mais do que o esperado para acontecer, aponta o Safra em relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (22). O banco cortou o preço-alvo de R$ 7,8 para R$ 4,8 ao final de 2022, seguindo com recomendação “neutra”. 

“A recuperação do IRB deve demorar mais do que esperávamos anteriormente, pois o impacto negativo do escoamento ainda está acontecendo, enquanto até mesmo a operação de execução também parece estar lutando com altas reivindicações”, dizem os analistas Luís F. Azevedo, Silvio Dória e Gabriel Pucci.

Eles afirmam que os dados operacionais de outubro mostram um cenário desanimador: houve efeito negativo dos contratos, com o resultado da subcriação acumulando prejuízo de R$ 595 milhões.

Além disso, destacam, a operação em andamento mostrou o resultado da subscrição no vermelho, com R$ 475 milhões no acumulado do ano e proporção de sinistros de 86%.

“Esperávamos um índice de sinistralidade muito menor e revisamos para baixo nossas estimativas, incorporando sinistros mais elevados e uma recuperação mais gradual em direção a um nível normalizado”, apontam.

A receita também deverá demorar mais para se recuperar, reflexo da posição do IRB de garantir melhores contratos, além do cenário macroeconômico ruim.

“Nossa principal preocupação para o IRB no curto prazo é a execução, não apenas na cauda dos contratos de run-off, mas também a continuação de altos níveis de sinistro e a execução dos contrato”, completam.

Como resultado, o Safra espera prejuízo de R$ 422 milhões em 2021 e lucro líquido de R$ 223 milhões em 2022.

Sobre a gestão corporativa do IRB, os analistas pontuam que a nova direção tem experiência para executar a reviravolta, mas as constantes mudanças em funções importantes do conselho da companhia podem diminuir o ritmo para que isso aconteça.

Recentemente, Raphael de Carvalho e Willy Jordan Neto assumiram os cargos de CEO e CFO, respectivamente, e o diretor de underwriting, ou de subscrição, deixou a empresa.

Nem tudo está perdido 

Por mais que o Safra mantenha o ceticismo com a ação no curto prazo, o banco lembra que o IRB possui um bom posicionamento no mercado brasileiro, com uma marca forte, um bom histórico de banco de dados e um time técnico experiente, que deve seguir colocando a empresa como a jogadora de destaque no mercado.

Recentemente, a resseguradora levou classificação A- na AM Best, bem como conseguiu atender às necessidades de suficiência de cobertura.

“Destacamos que em 2022, a Susep deve dar mais flexibilidade nos requisitos de capital (encerrando sua margem adicional de 20% sobre o risco de capital). Outro aspecto positivo para o IRB deve ser uma melhor contribuição da rede de resultado financeiro, decorrente do maior patamar das taxas de juros”, dizem.

Os papéis do IRB acumulam queda de 48% em 2021.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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