Bancos

Itaú (ITUB4) pisa no freio do crédito, prevê aumento da inadimplência no 2º semestre

09 ago 2022, 13:58 - atualizado em 09 ago 2022, 13:58
Itaú (ITUB4)
Assim, o banco espera deterioração do índice de operações vencidas há mais de 90 dias, que fechou junho em 2,7%, para níveis mais similares  (Imagem: Money Times/ Rafael Borges)

O Itaú Unibanco (ITUB4) está desacelerando fortemente a produção de crédito, como parte do esforço para controlar o avanço dos índices de inadimplência nos próximos meses num cenário de juros em elevação, disse o principal executivo do banco nesta terça-feira.

“Chegamos a desacelerar a produção de crédito em até 50% em algumas linhas”, disse o presidente-executivo, Milton Maluhy Filho, em teleconferências sobre os resultados trimestrais.

Na noite da véspera, o banco anunciou que seu lucro recorrente do segundo trimestre cresceu um pouco acima do esperado pelo mercado, turbinado pela forte alta do crédito, mesmo num período de juros em elevação, o que o levou a subir as projeções para expansão dos empréstimos em 2022.

Mas mesmo com a melhora das projeções macroeconômicas do país para o ano, além da concessão de benefícios sociais, como o Auxílio Brasil de 600 reais, o executivo avaliou que o cenário de inflação mais alta corrói a renda das famílias e a capacidade de pagamento dos empréstimos.

Assim, o banco espera deterioração do índice de operações vencidas há mais de 90 dias, que fechou junho em 2,7%, para níveis mais similares aos de antes da pandemia, por volta de 3%.

No mercado, a reação era positiva ao conjunto dos resultados e à sinalização do executivo de que o banco seguirá perseguindo níveis de rentabilidade similares aos 20,8% obtidos no segundo trimestre.

Às 13h42, a ação do banco subia 2,1%, enquanto o Ibovespa recuava 0,22%.

Em relatórios a clientes, analistas de BTG Pactual (BPAC11), Safra e Bradesco BBI reforçaram a recomendação de compra para os papéis do Itaú, apontando-o como destaque do setor.

XP

Maluhy Filho sinalizou também que o Itaú Unibanco avalia vender sua participação restante na plataforma de investimentos XP para investidores institucionais.

“Não é do nosso interesse ter um ‘overhang’ (excesso de ações no mercado, que pode derrubar os preços) ao vender ações da XP”, disse o executivo a jornalistas durante teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre. “Podemos vender participações para investidores privados.”

No mês passado, a Itaúsa, holding controladora do Itaú Unibanco, vendeu 7 milhões de ações da XP, cerca de 1,26% do capital, por cerca de 665 milhões de reais, mantendo cerca de 10,31% do capital da plataforma.

O Itaú tem afirmado que planeja se desfazer do negócio, mas que não tem pressa para fazê-lo.

Por outro lado, o Itaú também anunciou em julho a compra do controle da corretora de acesso de investidores de varejo a mercados no exterior Avenue, adquirindo 35% do negócio por 493 milhões de reais.

“O Itaú avalia fazer novas aquisições, se houver oportunidades, disse Maluhy Filho.

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