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JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) serão os destaques do setor alimentício no 3T24, diz BTG; veja o que fazer com as ações

01 nov 2024, 14:55 - atualizado em 01 nov 2024, 14:55
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Para a JBS (JBSS3), a perspectiva é de forte conjunto de resultados. (iStock.com/Dragos Cojocari)

O BTG Pactual elaborou uma prévia dos resultados do setor alimentício no terceiro trimestre (3T24) e concluiu que “2024 é o ano do setor avícola”. O Banco acredita que o segmento de aves será o principal destaque do período, liderado por BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3).

Os analistas também preveem bons resultados para Minerva (BEEF3); fortes números para Marfrig (MRFG3) na América do Sul; e trimestre fraco para M. Dias Branco (MDIA3).

“A BRF deverá ser a estrela mais uma vez, pois acreditamos que o Ebitda será um novo recorde trimestral impulsionado pela forte rentabilidade em suas operações internacionais”, afirmam os analistas Thiago Duarte, Bruno Lima e Guilherme Guttilla. Os resultados da companhia serão divulgados no dia 13 de novembro, após o fechamento do mercado.

Apesar do bom momento no curto prazo, o BTG mantém recomendação neutra para as ações da BRF, com base no valuation (avaliação do valor real da empresa considerando múltiplos fatores) de 12 meses à frente. Já para a JBS, a indicação é de compra.

Principal escolha: JBS

O BTG acredita que os bons resultados da JBS serão influenciados principalmente pelas marcas Pilgrim’s e Seara, devido ao bom momento do segmento de aves tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Os analistas também sugerem continuidade de uma forte dinâmica de lucros, reforçada pelas operações diversificadas, gerando sólidos resultados consolidados.

A expectativa é que a companhia registre uma receita de R$ 108 bilhões, o que representaria um aumento de 7% em relação ao segundo trimestre. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o crescimento será de 18%. Quanto ao Ebitda, deve somar R$ 10,5 bilhões, portanto, uma alta de 6% em relação ao trimestre anterior e de 99% em relação a 2023.

“Após reiterarmos nossa recomendação de compra da JBS no início do mês, mantemos uma visão favorável sobre seu potencial de investimento, especialmente com as ações oferecendo um yield de fluxo de caixa para o acionista de 13% em 2024, apesar do desafiador ciclo da carne bovina nos EUA”, afirma o Banco.

Os resultados da JBS também serão divulgados no dia 13 de novembro, após o fechamento do mercado.

Neutro sobre Marfrig, Minerva e M. Dias Branco

A Marfrig é mais uma que divulga seus resultados no dia 13 de novembro. A expectativa do BTG é de fortes resultados na América do Sul, mas desempenho pressionado pela oferta mais restrita de animais na América do Norte.

“Para as operações em andamento na América do Sul, projetamos um crescimento de volume trimestral de 16% e um aumento de receita de 12%, embora com preços sequenciais ligeiramente menores; a América do Norte enfrenta uma base de comparação difícil, com volumes provavelmente caindo ano a ano”, diz.

O desempenho da América do Norte deve ser impactado cada vez mais pelo aumento de abates de fêmeas.

Das empresas analisadas pelo banco, a Minerva será a primeira a compartilhar o balanço do 3T24, no dia 6 de novembro, também após o fechamento. A expectativa é de um trimestre positivo, impulsionado por fortes volumes e preços maiores devido à desvalorização do real. Os analistas estimam aumento de 19% nas receitas, em R$ 8,4 bilhões; e um Ebitda de R$ 827 milhões (+16%), suportado por margens de exportação favoráveis nos EUA.

“Os investidores, no entanto, devem concentrar-se na aquisição dos ativos da Marfrig, fazendo com que outros catalisadores de curto prazo pareçam limitados”, afirmam. O valor da empresa pós-aquisição deve ser fortemente influenciado pelo aumento da dívida.

A recomendação dos analistas para Marfrig e Minerva é neutra.

Já a M. Dias Branco divulga os resultados na mesma semana, porém no dia 8 de novembro, após o fechamento. Para o BTG, a participação da empresa no mercado pode ser impactada pelos preços agressivos da concorrência, apesar da força sazonal do 3T24. As notícias são negativas, com expectativa de queda sequencial significativa nos volumes (-10%) pela primeira vez na história.

O banco espera receita de R$ 2,5 bilhões (-10%) e Ebitda de R$ 313 milhões (-29%). “Estes resultados, se confirmados, validariam a nossa tese de um agravamento do equilíbrio entre preço/volume. A falta de visibilidade sobre o desempenho das receitas da M. Dias continua a ser o nosso principal entrave para uma perspectiva mais positiva”, finaliza.

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gustavo.silva@moneytimes.com.br

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