Mercados

Para a Kinea, com ou sem alta de juros, Brasil é bom negócio para os investidores; veja os motivos

03 set 2024, 17:22 - atualizado em 03 set 2024, 17:22
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Veja as análises da Kinea Investimentos na Carta do Gestor. (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

A Kinea Investimentos acredita que investir no real e em ações brasileiras é um bom negócio para o investidor neste momento. Mesmo em um cenário, considerado improvável pela gestora, de manutenção dos juros pelo Banco Central nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

Na última “Carta do Gestor”, referente ao mês de agosto, a Kinea avaliou as diferentes visões do mercado e explicou o que pode levar o real a ter uma boa performance nos próximos meses.

A visão otimista para a moeda e o mercado brasileiro leva em consideração os dois cenários possíveis para a próxima reunião de política monetária, marcada para setembro, tanto o de início do ciclo de alta de juros pelo BC como o de manutenção das taxas no atual patamar de 10,50%. Isso porque o pano de fundo segue sendo o provável início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos.

“O aumento do diferencial de juros frente à economia norte americana, aliada com a visão mais construtiva para o fiscal de curto prazo, pode levar à boa performance do real. Dessa forma, temos posição compradas na moeda”, pondera a gestora.

Ou seja, eles entendem que justamente por conta do início dos cortes pelo Federal Reserve na próxima reunião, o mercado começa a olhar para outros mercados.

“Na precificação atual da curva norte-americana, mantemos nossa visão que melhores oportunidades se encontram fora dos Estados Unidos, particularmente no Reino Unido e Austrália. Consideramos que o processo desinflacionário tem características globais e deve continuar a ser refletido nas demais geografias”, explicam na carta.

A visão da equipe é complementada com os números registrados pela bolsa brasileira de entrada de capital estrangeiro no mês de agosto, que mostram para o mercado a volta do interesse do investidor no país. Foi registrada em agosto uma entrada líquida de R$ 10 bilhões.

Apesar de acreditarem na boa performance da moeda brasileira em ambos os cenários discutidos pelo mercado, a gestora acredita que a extensiva comunicação do Banco Central sugere novas elevações da taxa Selic. Isso porque entendem que a autarquia precisa criar um ambiente de maior credibilidade no mercado, após o episódio de “racha” na equipe com a falta de unanimidade na reunião de maio.

Como fica o mercado de ações?

Ao analisar o cenário corporativo global, a Kinea afirma que muitos países ainda vivem uma expectativa de desaceleração da economia, e consequentemente, dos lucros das empresas. Isso por conta de indicadores setoriais que apontam para uma atividade mais lenta. Assim, os mercados de ações viveram períodos turbulentos nos últimos meses.

No entanto, os analistas da gestora observam a atividade econômica dos Estados Unidos ainda forte, com potencial de crescimento para diversos subsetores, como o de semicondutores, que se beneficiou da alta do setor de tecnologia durante a recente temporada de resultados.

Por aqui, não foi diferente. Os resultados das empresas brasileiras no segundo trimestre de 2024 ficaram, na média, acima das expectativas. A entrada de capital estrangeiro também auxiliou o mercado durante o mês de agosto.

Com isso, a gestora reforça sua posição de compra em empresas como  Itaú Unibanco (ITUB4),  BTG Pactual (BPAC11), Sabesp (SBSP3), Santos Brasil (STBP3), Equatorial (EQTL3), Copel (CPLE6), Eletrobras (ELET3),  Vivara (VIVA3), Vibra (VBBR3),  Allos (ALOS3), Cury (CURY3), Direcional (DIRR3), PRIO (PRIO3),  Embraer (EMBR3) e  Weg (WEGE3).

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