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Logística ainda é gargalo do agronegócio que só será sanado com investimentos

31 out 2022, 12:23 - atualizado em 31 out 2022, 12:25
Logística no agronegócio
Logística no agronegócio ainda causa desperdício incontável ao Brasil todos os anos. Leia a Coluna do Michel Alaby, CEO da Alaby & Associados. (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

Um dos entraves do agronegócio é a questão da logística interna para evitar as perdas das colheitas e dos alimentos.

De acordo com os dados mais recentes do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), referentes a 2021, mostra que o Brasil desperdiça anualmente perto de 60 quilos, por habitante (212,7 milhões de habitantes), algo como 12,7 milhões de toneladas de alimentos.

Com base em levantamentos realizados pela Embrapa e outros grupos de pesquisas há duas décadas, os níveis de perdas têm se mantido ao redor de 10% no campo, 50% no manuseio de transporte, 30% nas centrais de abastecimento e 10% no varejo e nas residências.

Os impactos são significativos e resultam em custos ambientais e insumos utilizados na fase da produção (água, combustível, adubos, agrodefensivos), na distribuição (embalagem, transporte) e no armazenamento.

Ademais, os alimentos depositados em aterros signatários, ou simplesmente descartados no ambiente produzem metano, gás com efeito estufa 23 vezes mais potente do que dióxido de carbono, aumentando o custo ambiental.

Milho e soja pela estrada

Em estudo recente realizado em 2022, pela ESALQ (Escola Superior de Agricultura-Divisão de Logística) da Universidade de São Paulo, mensurou perdas em torno de 1,27% para a produção de milho e 1,17% no caso da soja, considerados apenas as operações pós- porteira, incluindo-se perdas físicas de grãos na logística desde a fazenda, passando por terminais ferroviários e hidroviários até chegar aos portos e centros processadores.

O grande vilão das perdas é a armazenagem, responsável por mais da metade delas na cadeia logística.

O estudo demonstrou também que há um desperdício de 696 mil hectares de área plantada, pouco mais de 3,8 milhões de m3 de água, aproximadamente 274,7 mil toneladas de fertilizantes e uma emissão adicional de 95,3 mil toneladas de gás carbônico, em função do consumo do diesel nas operações logísticas.

O diagnóstico demonstrou também que as centrais de abastecimento e os varejistas não possuem equipamentos adequados para armazenamento e manutenção da qualidade dos alimentos.

Será muito importante para o agronegócio investir em tecnologia para evitar as perdas e reduzir custos para o consumidor nacional e impulsionar mais vendas externas.

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CEO da Alaby & Associados, consultor da PNUD/ONU em counter trade, membro do Conselho de Comex da Fiesp, ex-diretor da Funcex e durante 35 anos foi secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, responsável direto por dezenas de missões institucionais e comerciais, além de participações em feiras, inclusive em apoio ao Itamaraty.
CEO da Alaby & Associados, consultor da PNUD/ONU em counter trade, membro do Conselho de Comex da Fiesp, ex-diretor da Funcex e durante 35 anos foi secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, responsável direto por dezenas de missões institucionais e comerciais, além de participações em feiras, inclusive em apoio ao Itamaraty.
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