Economia

Manda-chuva do JPMorgan vê juros americanos buscando 7%; “mundo não estaria preparado”

26 set 2023, 15:46 - atualizado em 26 set 2023, 15:46
JPMorgan CEO James Dimon Fed
CEO do JPMorgan & Chase alerta para (Imagem: Michel Euler/Pool via REUTERS/File Photo)

James Dimon, CEO do JPMorgan & Chase (JPM; JPMC34), não está otimista com o caminho da política monetária dos EUA.

Em entrevista concedida nesta quarta-feira (26) ao veículo de imprensa da Índia, o manda-chuva do maior banco americano em ativos vê a chance dos juros referenciais do Fed indo buscar os 7% em um cenário de estagflação.

Warren Buffett diz que você descobre quem está nadando nu quando a maré está baixa. Essa será a maré baixando”,  alertou o CEO.

Para o CEO do JPMorgan, a possibilidade de que o Fed recorra a novos aumentos para controlar a inflação no horizonte relevante trará mais dor para a economia global do que a passagem até aqui.

“Eu pergunto para as pessoas do mercado, ‘você está preparado para algo próximo dos 7%?’ O pior caso é 7% com uma estagflação. Se eles tiverem que lidar com volume baixos e altos juros, haverá estresse no sistema”, Dimon disse. “Nós estamos alertando nossos clientes para estarem preparados para esse tipo de estresse”.

O risco dos 7% visto por Dimon contrasta com a posição majoritária do conselho de política monetária do Fed, o Fomc. Ao menos até aqui, os dirigentes da autarquia projetam uma taxa terminal de 5,6%, que será mantida até o terceiro trimestre de 2024, diz Mathieu Racheter, estrategista-chefe da Julius Baer.

Mensagem dura do Fed soa alarmes nos mercados

A mensagem mais ‘hawkish’ (dura) do Federal Reserve quanto aos juros tem perturbado os mercados ao longo da última semana.

Nos últimos 5 dias de negociação em Wall Street, o índice das ações de tecnologia, o Nasdaq, tombou 4,57%, acendendo o alarme de um novo bear market (mercado baixista); o S&P 500, por sua vez, derrapou 3,92% e o Dow Jones Industrial Average recuou quase 3%.

Para os economistas da Julius Baer, embora se vislumbre juros mais altos por mais tempo, o cenário-base da economia americana continua sendo um pouso suave. Ou seja, a campanha do Fed não deverá jogar os Estados Unidos em uma recessão de impacto significativo.

“Isso ocorre, em parte, devido a menor sensibilidade da economia aos juros altos”, diz Racheter em nota.

James Dimon também fez comentários sobre geopolítica, a guerra comercial entre Estados Unidos e China e o papel da Índia. Confira: 

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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