AgroTimes

Marfrig (MRFG3) ou BRF (BRFS3)? BofA corta preço-alvo, mas tem preferência por uma; ações recuam mais de 7%

13 abr 2023, 17:13 - atualizado em 13 abr 2023, 17:14
Bancos
O BofA rebaixou sua posição da BRF para underperform (venda), na qual a Marfrig conta com 33,25% de participação (Imagem: Reuters/Mike Blake)

O Bank of America (BofA) reforçou sua recomendação neutra para Marfrig (MRFG3), reduzindo o preço-alvo da ação de R$ 9 para R$ 7,60. A queda reflete o preço-alvo menor para BRF (BRFS3) que passou de R$ 9 para R$ 6,30, assim como as estimativas mais baixas para a Marfrig, dadas as margens mais baixas nos Estados Unidos e os desafios de curto prazo na América do Sul, devido à proibição da carne bovina chinesa no primeiro trimestre.

Marfrig ou BRF?

O BofA rebaixou sua posição da BRF para underperform (equivalente a venda), na qual a Marfrig conta com 33,25% de participação, devido à alta alavancagem, expectativa de queima de caixa de R$ 1,4 bilhão em 2023 e risco de queda para as estimativas de consenso.

No entanto, o banco enxerga a Marfrig em uma posição relativamente melhor, já que sua operação autônoma gera fluxo de caixa, apesar do ciclo de queda nos Estados Unidos.

O BofA estima uma dívida líquida/Ebitda em 4,4x até o fim de 2023, mas há projeção de yield de fluxo de caixa livre de 26% em 2023 e de 33% em 2024, o que deve fornecer um “buffer” para o balanço, enquanto o banco não enxerga problemas de liquidez neste ponto nem necessidade para aporte de capital na BRF.

A expectativa é de que o Ebitda da Marfrig alcance R$ 5,3 bilhões em 2023, abaixo dos R$ 9 bilhões em 2022, por conta do ciclo negativo da carne bovina dos Estados Unidos. Estima-se uma contração de 5 pontos percentuais (p.p.) na margem Ebitda da América do Norte, de 6%.

No entanto, o BofA ressalta que a Marfrig tem conseguido superar os pares de carne bovina nos país norte-americano por meio de sua parceria com pecuaristas e sólida execução comercial, o que reduziu a pressão da queda na disponibilidade de gado em suas operações.

América do Sul

Na América do Sul, o primeiro trimestre da Marfrig deve ser afetado pela proibição chinesa de um mês à carne bovina brasileira até meados de março. No entanto, o Bofa espera que os preços da carne bovina subam em maio com a normalização das exportações, enquanto os preços mais baixos do gado no Brasil devem levar a uma recuperação de margens a partir do segundo trimestre.

“Estimamos a margem Ebitda da divisão da Marfrig em 9% em 2023, ante 8,4% em 2022”, completa o BofA. A recomendação para a companhia é “neutro”.

Os papéis da BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) terminaram a quinta-feira com recuo de 7,64% e 7,05%, respectivamente.





Análise

De acordo com Luis Novaes, analista da Terra Investimentos, os últimos meses não foram positivos para os frigoríficos, principalmente os com maior exposição ao mercado norte-americano, que viram suas margens contraírem no período, com a menor disponibilidade de gado, além dos efeitos dos juros sobre a economia dos Estados Unidos que afastou parte dos investidores, sob receio de uma retração no consumo.

“A suspenção da exportação da carne bovina para China deve ter impacto sobre os resultados do trimestre, especialmente para a Minerva (BEEF3). Os papéis sofrem a pressão também da desvalorização do dólar ante o real nos últimos dias, que pode se traduzir em margens menores para os produtos exportados.  Para Marfrig (MRFG3), temos uma visão positiva no longo prazo, com a potencial recuperação das margens no mercado local e retomada econômica do Brasil nos próximos trimestres”, analisa.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
Linkedin
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.