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Mercadante defende que TLP acompanhe média móvel da inflação

15 fev 2023, 20:19 - atualizado em 15 fev 2023, 20:19
Mercadante
Mercadante ponderou que, com a alta da taxa básica de juros, as empresas estão com um endividamento muito maior (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente do BNDES Aloizio Mercadante defendeu nessa quarta-feira que a TLP, taxa de juros adotada pelo banco no financiamento de longo prazo às empresas, passe a ser calculada com base na média móvel da inflação, de forma a reduzir sua volatilidade.

Segundo Mercadante, que já havia defendido uma revisão da TLP em sua cerimônia de posse no início do mês, uma eventual mudança na fórmula da taxa não vai levá-la a patamar inferior à Selic, atualmente em 13,75% ao ano.

“Não estamos falando em redução abaixo da Selic, mas entre a Selic e a TLP tem um imenso espaço. A TLP é muito volátil, se baseia na inflação mensal, prejudica muita as pequenas empresas e desorganiza o fluxo de caixa”, disse ele.

“A TLP tem que ter estabilidade, usar uma média móvel da inflação”, acrescentou.

Instituída no governo Michel Temer como a principal taxa dos financiamentos do BNDES, a TLP estabeleceu juros mais próximos aos cobrados pelos bancos privados em financiamento de longo prazo, substituindo a antiga TJLP praticada pelo banco, que envolvia maior subsídio com recursos do Tesouro Nacional. Seu cálculo leva em conta a inflação mais os juros de títulos públicos atrelados a índices de preços (NTN-B).

Mercadante ponderou que, com a alta da taxa básica de juros, as empresas estão com um endividamento muito maior.

“Somos banco de fomento e não podemos ser um instrumento de financiamento do Tesouro“, disse ele, ao afirmar que ao longo dos últimos anos o BNDES devolveu ao Tesouro 675 bilhões de reais no pagamento de empréstimos concedidos anteriormente pela União ao banco.

Letra de desenvolvimento

Mercadante também defendeu a criação de um novo título, a Letra de Desenvolvimento, para financiar as empresas brasileiras a um custo mais acessível.

Segundo ele ,o instrumento seria nos moldes da LCI e da LCA, letras de crédito emitidas por bancos com o objetivo de financiar respectivamente o setor imobiliário e o setor agrícola. “Isso é para gente poder captar recursos a mercado e melhorar as condições de crédito”, disse Mercadante a jornalistas.

Ele destacou que atualmente o banco tem uma carteira de financiamento para infraestrutura de 40 bilhões de reais, mas apenas 4 bilhões de reais são financiados com instrumentos de mercado.

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