Economia

Mercado de trabalho deve perder fôlego no segundo semestre

27 jun 2022, 9:49 - atualizado em 27 jun 2022, 9:49
trabalhador
Em abril, a taxa de desemprego no Brasil caiu para 10,5%.  (Imagem: Reprodução/Governo do Estado do Paraná)

No trimestre encerrado em abril, a taxa de desemprego no Brasil registrou queda e ficou em 10,5% – trata-se da menor para esse trimestre desde 2015, quando a taxa foi de 8,1%. Os dados trouxeram um alívio para a população, que viu quase 13 milhões de pessoas sem trabalho nos piores momentos da pandemia.

No entanto, esse cenário de tranquilidade não deve se manter no segundo semestre, avisa Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador sênior da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre).

Ele afirma que a queda na taxa de desemprego está relacionada ao final da pandemia. “A gente viu setores como de serviços, casamentos e educação, se aquecendo com a queda nos casos da doença e flexibilização das medidas restritivas. Então, foi muita gente contratando.”

Acontece que o segundo semestre pode não ter pandemia, mas tem inflação e juros altos, que tendem a enfraquecer a atividade econômica. “A taxa de desemprego pode até cair por causa de algum evento temporário, mas ele deve se manter em dois dígitos até o final do ano”, diz Fernando.

Profissionais informais

Também é importante observar a qualidade desse dado de desemprego. Um estudo da B3 Social e da Fundação Arymax, em parceria com o Instituto Veredas, revelou que quase 20 milhões de trabalhadores informais vivem de bico para sobreviver.

Esse grupo corresponde a 60,5% dos 32,5 milhões de trabalhadores que ocupam postos informais – e estão mais arriscados a perderem o emprego em crises e ciclos de desaceleração econômica.

O pesquisador destaca que desde 2015, o grosso do mercado de trabalho está na informalidade. “As contratações para empregos formais cresceram, mas não é novidade que a dinâmica do mercado é baseada no emprego informal, como a construção civil e o comércio.”

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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