Mercado Livre (MELI34): Com dilema entre crescimento e margens, vale comprar após o 3T25?

(Imagem: Reuters/Divulgação Mercado Livre)

Siga o MT no Youtube

O Mercado Livre (MELI34) enfrenta um cenário de escolha entre crescimento ou margens. E isso apareceu no balanço do banco.

O Meli trouxe um Ebit (lucro antes de juros e impostos) de US$ 724 milhões no terceiro trimestre de 2025, com a margem Ebit caindo para 9,8%, ante 10,5% um ano antes. Enquanto isso, o Volume Bruto de Mercadorias (GMV) somou US$ 16,5 bilhões no período, um avanço de 35% em comparação anual.

Nesta quinta-feira (30), as ações da companhia reagem positivamente ao balanço. Por volta de 16h30 (horário de Brasília), MELI subia 3,92%, a US$ 2.386,06 no Nasdaq. Na B3, os BDRs (Brazilian Depositary Receipt) da companhia, sob o código MELI34, operavam com alta de 4,92%, a R$ 106,85. Acompanhe o tempo real.

O lucro líquido referente ao terceiro trimestre deste ano totalizou US$ 421 milhões, com margem de 5,7%, conforme o relatório de resultados divulgado na quarta-feira (29).

Analistas do BTG Pactual apontam que a gigante do e-commerce entregou mais uma rodada de forte expansão do GMV em todas as suas regiões. O Ebit, segundo eles, veio ligeiramente acima das estimativas, embora abaixo do consenso, sob o peso de maiores investimentos em frete grátis.

“Embora o lucro do Meli tenha ficado abaixo do projetado, os números operacionais, como esperado, mostraram os investimentos da empresa para impulsionar seu ecossistema, aumentando a penetração do crédito (uma poderosa ferramenta de fidelização) e acelerando a estratégia de frete grátis para apoiar o crescimento exponencial do e-commerce, com efeitos negativos sobre a lucratividade da empresa”, dizem os analistas.

O BTG espera que essa tendência persista nos próximos trimestres, representando riscos de queda para as projeções de 2026.

Leia também

Resultados

Vale (VALE3) lucra US$ 2,7 bilhões no 3T25, alta de 11% e acima das projeções

Mercados

Ibovespa ignora Wall Street negativa e renova recorde pela 4ª sessão consecutiva à espera de Vale (VALE3); dólar sobe

Day Trade

Ibovespa futuro sobe 0,30% e deve buscar 152 mil pontos; Dólar futuro avança

• SAIBA MAIS: Seu dinheiro pode render muito mais: Veja agora quanto investir em previdência privada pode transformar o seu futuro; simule grátis com o Money Times

“Mantemos uma postura estruturalmente positiva em relação ao Mercado Livre, apoiada por sua densidade logística superior, integração fintech e efeitos de rede entre compradores e vendedores, tudo reforçado pelos fortes números de GMV nos últimos trimestres”, diz o banco.

Para o Safra, o Mercado Livre continua sendo o melhor nome do setor de e-commerce na América Latina, com sólido crescimento de receita e ganhos de participação de mercado.

Apesar da esperada pressão sobre a margem Ebit e do resultado líquido abaixo do esperado, os analistas avaliam positivamente a contínua expansão das operações do Mercado Pago, principalmente da carteira de cartões de crédito, sendo este o destaque do trimestre na visão do banco.

“A empresa continuou apresentando um sólido desempenho de fluxo de caixa, o que sustenta seus investimentos na plataforma e, portanto, deve apoiar os ganhos contínuos de participação de mercado do Meli na região. Assim, reiteramos nossa visão positiva sobre a empresa”, dizem os analistas do Sagra.

Na visão da Genial Investimentos, o trimestre veio em linha com a estratégia que a companhia vem comunicando desde o início do ano.

“O topo do resultado foi entregue acima do que o mercado projetava, enquanto a base permaneceu pressionada pelos investimentos em preço de entrega e pela composição de receitas”, ponderam os analistas.

Já o Santander pontua que, diante de um cenário de preocupações com a concorrência do e-commerce,  investimentos em subsídios de frete/marketing e os desafios macroeconômicos na Argentina, o Mercado Livre apresentou resultados operacionais sólidos no terceiro trimestre.

O que fazer com as ações do Mercado Livre?

 *No caso do preço-alvo em dólar, se refere à ação MELI, negociada no Nasdaq.