Economia

Mercado vê varejo melhor no final de 2021, mas prevê ainda forte impacto dos juros

14 jan 2022, 12:02 - atualizado em 14 jan 2022, 12:02
Varejo
BTG comentou que vê a manutenção dos fatores de risco que devem deprimir o consumo das famílias. (Imagem: Tãnia Rêgo/Agência Brasil)

O mercado financeiro vê a economia no final de 2021 melhor do que se esperava antes da divulgação do desempenho em novembro das vendas no varejo e do setor de serviços.

Em novembro, as vendas varejistas apresentaram ganhos de 0,6% na comparação com o mês anterior, enquanto o mercado esperava um recuo de 0,2%. O setor de serviços subiu 2,4%, contra ganho de 0,2% esperado.

No entanto, analistas ressaltam que a atividade ainda será fortemente impactada pela alta da taxa básica juros, já que o período divulgado pelo IBGE se refere ao início do ciclo de aperto monetário — que tem uma defasagem de cerca de nove meses.

Em relatório, o BTG Pactual comentou que vê a manutenção dos fatores de risco que devem deprimir o consumo das famílias. “A queda da massa salarial e do rendimento médio real, somada a inflação e a baixa confiança do consumidor devem sobressair os efeitos remanescentes da reabertura da economia”.

O estrategista-chefe do banco digital Modalmais, Felipe Sichel, ponderou que o avanço da Ômicron no mês de janeiro (menor consumo de serviços) e o pagamento do Auxílio Brasil podem contrabalancear o cenário para o varejo.

Impacto fora da Black Friday

O especialista do Modalmais destacou que o resultado de novembro para o varejo foi marcado por altas em setores não tradicionalmente ligados a Black Friday, “que, inclusive, apresentaram queda”. O banco revisou a projeção de IBC-Br de 0,51% para 0,61% no mês de novembro.

A economista da corretora CM Capital, Carla Argenta, lembrou que, com os dados de novembro, o crescimento para o setor ainda é baixo nos dois primeiros meses do último trimestre de 2021. “O nível de atividade do setor está acima do período pré-crise, mas aquém do seu pico”.

Argenta citou que apenas o comércio de serviços farmacêuticos está no maior nível dos últimos 10 anos. “Os setores de móveis e eletrodomésticos, que são amplamente afetados pela política monetária, já sentem de forma mais acentuada a reversão dos estímulos levas a cabo pelo Banco Central“, disse.

Para a Ativa Investimentos, os dados do varejo desta sexta não foram suficientes para jogar o PIB para além dos 4,6% atuais, ajustados ontem após o surpreendente resultado positivo do setor de serviços.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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