G20

Mesmo com queda, Brasil está entre os países com maiores inflações

11 ago 2022, 10:47 - atualizado em 11 ago 2022, 10:47
Entre os três primeiros, estão a Turquia (79,6%), a Argentina (64%) e a Rússia (15,9%). (Imagem: David Paul Morris/Bloomberg)

Em julho, a inflação brasileira apresentou queda de 0,68%. Trata-se da menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980, e a primeira desde maio de 2020.

Apesar da deflação, o Brasil não escapou de estar entre os países com maior inflação para o período.

De acordo com um levantamento da empresa de análises e tecnologia financeira Quantzed, com base nos dados do Trading Economics, o acumulado de 10,07% nos últimos 12 meses garantiu ao Brasil o quarto lugar entre os países do G20. Na pesquisa, a taxa foi arredondada para 10,1%.

Entre os três primeiros, estão a Turquia (79,6%), a Argentina (64%) e a Rússia (15,9%), sendo que a média do grupo é de 13,7%. Confira:

País Inflação anual
Turquia 79,6%
Argentina 64%
Rússia 15,9%
Brasil 10,1%
Reino Unido 9,4%
Estados Unidos 9,1%
União Europeia 8,9%
México 8,2%
Canadá 8,1%
Itália 7,9%
Alemanha 7,5%
África do Sul 7,4%
Índia 7%
Coreia do Sul 6,3%
Austrália 6,1%
França 6,1%
Indonésia 4,9%
China 2,5%
Japão 2,4%
Arábia Saudita 2,3%

Na maioria dos países, incluindo o Brasil, a inflação ainda é resultado da soma da pandemia com a alta das commodities. As medidas de restrição levaram a uma queda na produção, além de gerarem problemas das cadeias logísticas.

Além disso, para manter a economia aquecida, governos e bancos centrais jorraram dinheiro no mercado através de subsídios, facilidades de acesso a crédito, redução de impostos e taxa de juros baixas.

No caso do Brasil, o Banco Central já está considerando encerrar o ciclo de altas da Selic, enquanto o governo criou medidas para controlar o preço dos combustíveis e energia – que eram os produtos que mais estavam pressionando o indicador.

América Latina

Quando comparado com outros países da América Latina, aí, sim, o Brasil tem o que comemorar. A inflação brasileira foi a única que apresentou queda até então.

Em julho, o Chile registrou alta de 1,4%, seguido por Colômbia (0,81%) e México (0,74%).

“A forte queda da inflação por trás dos mais recentes cortes de impostos coloca o Brasil em uma situação favorável em relação aos seus pares regionais, já que o Banco Central já elevou sua taxa básica para 13,75% após o aumento de 0,50 ponto percentual e vê o fim de sua ciclo de aperto”, afirma Nenad Dinic, estrategista de ações de mercados emergentes do Julius Baer.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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