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Milho por menos de US$ 4 na CBOT? Commodity despenca 38% em 12 meses, com incertezas no radar

19 fev 2024, 12:27 - atualizado em 19 fev 2024, 12:27
milho commodity
Após recuar 4,9% em janeiro, o contrato do milho em Chicago caiu mais 5,4% na primeira quinzena de fevereiro (Imagem: Pixabay/Kathas_Fotos)

Nesse começo de 2024, o foco do mercado do milho segue voltado para a safra sul-americana, que tem sido um dos principais fatores que mexem com os preços em Chicago.

No Brasil, surgiram vários questionamentos envolvendo a área plantada, visto que, em função da forte queda observada nos preços ao longo do último ano, esperava-se menor área destinada ao cultivo do cereal.

Além disso, o ano passado foi marcado por ótimas condições climáticas durante a maior parte do desenvolvimento das lavouras, especialmente da segunda safra, o que possibilitou uma produtividade acima do normal, cenário que dificilmente será repetido este ano.

“Fora essas questões, o atraso no plantio da soja, em muitos momentos, trouxe preocupações para a janela de plantio da safrinha, o que também gerou certos questionamentos sobre a produção brasileira. Contudo, apesar de todas essas incertezas, as perspectivas atuais apontam para uma elevada produção brasileira”, diz João Lopes, analista de milho na StoneX.

A StoneX estima a safra 23/24 do Brasil em 124,5 milhões de toneladas, volume bem abaixo das 139,2 milhões colhidos ano passado, é verdade, mas ainda assim uma produção robusta.

Queda no Brasil, salto na Argentina

Mesmo com a queda na produção brasileira, a Argentina deve contar com uma expressiva recuperação.

“Apesar do clima mais quente e seco que o normal registrado entre o final de janeiro e início de fevereiro, as perspectivas para a produção de nossos vizinhos continua bastante otimista, com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires projetando uma safra de 56,5 milhões de toneladas em 23/24, 22,5 milhões acima do registrado em 22/23”, diz Lopes.

Esse cenário resultaria em uma elevada oferta na América do Sul e contribuiria também para um balanço global mais confortável, fator que tem limitado os preços do milho na CBOT.

Além das expectativas apontarem atualmente para uma elevada oferta global, outro ponto que tem agido como uma força de resistência aos preços do cereal em Chicago é a incerteza quanto ao ritmo de crescimento do nível de atividade econômica global. 

Tendência de queda para o milho

Desse modo, em meio a uma elevada oferta mundial e incertezas pelo lado da demanda, a tendência baixista segue predominando.

Após recuar 4,9% em janeiro, o contrato do milho em Chicago caiu mais 5,4% na primeira quinzena de fevereiro. Desse modo, o cereal acumula uma contração de aproximadamente 10% em 2024 e de 38% nos últimos 12 meses.

“Para os próximos meses, naturalmente, o mercado segue cercado de muita incerteza. Caso a safra brasileira venha acima do atualmente previsto, ou a demanda siga apresentando dificuldades para se fortalecer, poderemos ver novos recuos nas cotações. Por outro lado, caso a produção na América do Sul surpreenda negativamente, ou a demanda global positivamente, podemos ver os preços se fortalecendo”, afirma Lopes.

Por fim, outros pontos começam a ganhar mais protagonismo, como as discussões acerca da área plantada nos EUA.

“De qualquer modo, será importante seguir acompanhando os pontos comentados para se ter um melhor entendimento do direcionamento a ser seguido pelo mercado”, finaliza. 

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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