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MRV tem forte desvalorização com prévia operacional apontando queda nas vendas

17 jan 2020, 11:06 - atualizado em 17 jan 2020, 11:06
MRV
A companhia encerrou 2019 com o menor volume de distratos dos últimos anos, 489 milhões de reais, um recuo de 50,6% no comparativo com 2018 (Imagem: Gustavo Kahil/ Money Times)

Na abertura da sessão desta sexta-feira, as ações da MRV (MRVE3) operam com forte queda, reagindo à prévia operacional divulgado na véspera. A companhia teve alta de 6,3% nos lançamentos de imóveis residenciais no quarto trimestre do ano passado ante o mesmo período de 2018, mas as vendas recuaram 9,9% na mesma comparação.

Com isso, por volta das 11 horas, os papéis tiveram perdas 2,36% a R$ 21,11.

A empresa afirmou que a concentração dos lançamentos ocorreu em dezembro e por isso acredita que as vendas do primeiro trimestre deste ano “poderão ser beneficiadas por esta concentração de lançamentos”.

Os lançamentos da MRV nos três últimos meses do ano passado corresponderam a 2,37 bilhões de reais (14 mil unidades) e as vendas foram de 1,38 bilhão de reais (8.733 unidades). O preço médio por apartamento vendido avançou 3,3% na comparação anual, para 158 mil reais.

A companhia encerrou 2019 com o menor volume de distratos dos últimos anos, 489 milhões de reais, um recuo de 50,6% no comparativo com 2018.

A empresa registrou no quarto trimestre queima de caixa de 34,1 milhões de reais, diante de um “forte ritmo de produção, aliado ao momento de expansão que a companhia está atravessando”.

A MRV construiu 39.660 apartamentos em 2019, um crescimento de 7,3% sobre 2018 e de cerca de 20% ante 2017. No trimestre, porém, a empresa teve baixa de 8,3% nas unidades produzidas na relação anual e queda de 9,1% sobre os três meses imediatamente anteriores.

O desembolso com terrenos em 2019 foi de 685,5 milhões de reais, alta de 41,5% sobre o ano anterior. A MRV tem meta de operar num ritmo de 50 mil unidades produzidas por ano e está focando na aquisição de terrenos destinados a empreendimentos de seu braço de aluguéis de apartamentos Luggo e produtos passíveis de financiamentos pelo SBPE.

O banco de terrenos total da MRV cresceu 5,6% no quarto trimestre na comparação anual, para 52,5 bilhões de reais, suficiente para 326,77 mil unidades.

Para a Mirae Asset, os números vieram fortes, mas com volume de lançamentos ligeiramente abaixo do esperado pelo mercado. A corretora espera números mais sólidos em 2020, com a expectativa de recuperação gradual da economia e do emprego, num cenário ainda de juros e de inflação baixos nos próximos meses.

Já para o BTG Pactual (BPAC11), os resultados trimestrais foram fracos: a receita líquida diminuiu, apesar de lançamentos muito maiores; e a MRV registrou queima de caixa, apesar da menor produção.

Para os analistas, o mais importante, é que eles acreditam que níveis mais altos de estoque e investimentos ininterruptos no landbank podem pressionar os ROEs no curto prazo. A preços atuais, enxergam a negociação de ações em 2,3x P/TBV.

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