Eleições 2022

Nas redes sociais, Lula já é presidente e tem tuite mais curtido da história; relembre carreira do sindicalista

31 out 2022, 16:58 - atualizado em 31 out 2022, 16:58
Lula
Lula assume a presidência do Brasil para seu terceiro mandato em 1º de janeiro de 2023 (Imagem: REUTERS/Mariana Greif)

Após uma disputa acirrada, as eleições presidenciais foram decididas neste domingo (30) e Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito com 50,9% dos votos válidos, contra 49,1% de Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil.

Agora eleito, Lula assume a presidência do Brasil para seu terceiro mandato em 1º de janeiro de 2023. Ele foi eleito pela primeira vez em 2002, reeleito em 2006 e governou até 2010.

Nas redes sociais após a vitória nas urnas agora em 2022, o petista alcançou outra marca: sua publicação no Twitter em comemoração a vitória no segundo turno das eleições presidenciais se tornou o tuite mais curtido na história do país dentro da plataforma.

A postagem 1,5 milhão de curtidas no Twitter, rede em que reúne mais de cinco milhões de seguidores. Por lá, Lula também atualizou sua biografia que agora consta “presidente eleito do Brasil”.

Ele ganhou pouco mais de 1,4 milhão de seguidores em seus perfis no Instagram, Twitter e Facebook entre domingo e as 15h30 desta segunda-feira, como mostra o levantamento do Sonar, plataforma do O Globo, a partir de dados do CrowdTangle, plataforma de monitoramento de redes da Meta, e da plataforma de análises Social Blade.

Segundo o Google Trends, página mundial que mostra os interesses de busca desde 2004, Lula foi a personalidade mais buscada do mundo no Google nas últimas 24 horas, como revelou a plataforma com dados extraídos às 9h30 desta segunda-feira (31).

A carreira de Lula: O começo

Lula nasceu em 27 de outubro de 1945 em Caetés, atualmente município, na época era parte da cidade de Garanhuns, em Pernambuco.

Se mudou para São Paulo em 1956, onde se estabeleceu com a família nos fundos de um bar no Ipiranga, bairro operário onde mais tarde criaria seu instituto.

Em 1962, formou-se torneiro mecânico em um curso do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). Um ano depois, perdeu o dedo mínimo da mão esquerda.

Lula teve sua primeira eleição como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em 1975. À frente do sindicato ele lançou greves de operários que contribuíram para o enfraquecimento da ditadura militar brasileira (1964-1985).

Preso durante o período, ele foi liberado com o auxílio do ex-chefe da Polícia Federal, Romeu Tuma, para acompanhar o velório da mãe, Dona Lindu, em 1980. Este mesmo ano marcou o início da sua carreira política com a fundação do Partido dos Trabalhadores (PT).

Dois anos após, em 1982, Lula disputou o governo do Estado de São Paulo e terminou em quarto lugar, com menos de 10% dos votos.

Logo depois fundou a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e participou do movimento Diretas Já, pela volta da democracia.

Em 1986, Lula se tornou o deputado federal mais votado do país, para participar da Assembleia Constituinte.

Concorreu, em 1989, à presidência com Fernando Collor de Mello, mas perdeu em segundo turno. Após renuncia de Collor, o vice Itamar Franco assumiu e Lula recusou cargos no governo.

Na disputa nas urnas, acabou derrotado duas vezes por Fernando Henrique Cardoso (FHC), do PSDB, que foi ministro de Itamar e um dos idealizadores do Plano Real.

Com a impopularidade de FHC em seu segundo mandato, em 2002, conseguiu ser eleito após vencer o tucano José Serra. Em 2005, veio à público o escândalo do mensalão, em que ministros centrais do governo Lula foram acusados de compra de apoio político no Congresso.

Com isso, sua popularidade afundou até a faixa dos 30%. Em 2006, o petista acabou reeleito, vencendo o também tucano Geraldo Alckmin – hoje seu vice. Lula deixou o cargo, em 2010, com quase 90% de aprovação popular.

A Lava Jato e a prisão

Em 2015, as acusações de corrupção da operação Lava Jato fizeram com que Lula fosse ouvido como testemunha em uma série de investigações sobre integrantes do seu governo.

A Lava Jato resultou na prisão e condenação de antigos aliados do ex-presidente, como o ex-governador do Rio Sergio Cabral (cujas penas chegam a 100 anos, em cinco processos) e o ex-ministro Antonio Palocci, condenado por lavagem de dinheiro e corrupção.

Em julho de 2017, o então juiz federal Sergio Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção no julgamento em que era acusado de receber um apartamento no Guarujá (SP) em troca da promoção de interesses da empreiteira OAS junto à Petrobras.

Em março do ano seguinte, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) rejeitou por unanimidade os recursos apresentados pela defesa de Lula contra a condenação.

No início de abril de 2018, um pedido de habeas corpus do ex-presidente foi negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Lula, então como pré-candidato à Presidência nas eleições que aconteceriam em outubro, teve sua prisão decretada.

De acordo com as pesquisas eleitorais da época, mesmo com altas taxas de rejeição, o ex-presidente Lula naquele momento mantinha-se como líder em intenções de votos.

Ele chegou a ser registrado como candidato oficial do PT, tendo Fernando Haddad como vice, mas seu registro foi negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa.

Haddad acabou concorrendo e foi derrotado, em segundo turno, por Jair Bolsonaro.

Em novembro de 2019, uma nova decisão do STF permitiu a saída de Lula da cadeia. O tribunal decidiu que a prisão após condenação em segunda instância era inconstitucional e que réus só poderiam ser presos após o chamado “trânsito em julgado”, que é o fim do processo, quando estão esgotadas todas as possibilidades de recurso em instâncias superiores, como era o caso de Lula.

O ex-presidente foi solto em Curitiba, em 8 de novembro de 2019, depois de passar 580 dias preso.

Em março de 2021, o STF entendeu também que os processos contra Lula não deveriam ter tramitado na Justiça de Curitiba.

Em junho, a Corte decidiu também que o ex-presidente não havia sido julgado com imparcialidade por Sergio Moro, que foi Ministro da Justiça do governo de Bolsonaro.

Geraldo Alckmin e Lula
A chapa Lula-Alckmin foi eleita em segundo turno das eleições de 2022 (Imagem: REUTERS/Diego Vara)

As eleições de 2022

Com esses tramites, as condenações que recaíam sobre Lula foram consideradas nulas e o retorno dos processos à estaca zero fez com ocorresse a prescrição da pretensão punitiva, ou seja, havia acabado o prazo legal para a punição dos crimes, no caso do petista ser considerado culpado.

E quando não há mais possibilidade de punição, as acusações são arquivadas definitivamente. Ou seja, Lula não pode mais ser julgado nos casos do tríplex e do sítio de Atibaia.

Em 21 de julho deste ano, o PT oficializou a candidatura de Lula à Presidência, em uma chapa com Geraldo Alckmin (PSB) – ex-governador de São Paulo pelo PSDB.

*Com informações da BBC Brasil

Siga o Money Times no Instagram!

Conecte-se com o mercado e tenha acesso a conteúdos exclusivos sobre as notícias que enriquecem seu dia! Todo dia um resumo com o que foi importante no Minuto Money Times, entrevistas, lives e muito mais… Clique aqui e siga agora nosso perfil!

Estagiária
Formada em Gestão de Negócios e Inovação pela Fatec Sebrae e, atualmente, estudante de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero. Tem como propósito atuar visando os princípios éticos do jornalismo com comprometimento com a informação de qualidade e o combate à desinformação.
Linkedin
Formada em Gestão de Negócios e Inovação pela Fatec Sebrae e, atualmente, estudante de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero. Tem como propósito atuar visando os princípios éticos do jornalismo com comprometimento com a informação de qualidade e o combate à desinformação.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.