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No aguardo para entrar no biodiesel, óleo de macaúba vai para o mercado de especialidades

02 fev 2021, 10:24 - atualizado em 02 fev 2021, 10:47
Óleo da macaúba entra em processo comercial, matendo lavouras consorciadas com outras culturas (Imagem: Soleá)

Em conversa com Money Times, em agosto de 2019, o CEO da Soleá adiantou os planos para a extração de óleo de macaúba do final daquele ano para 2020. Mas a leva inicial ficou para 2021.

A primeira colheita dos frutos dessa espécie será este ano e a produção industrial voltada para o mercado de especialidades também.

O foco no biodiesel ainda está mantido, para um prazo mais largo, afirma ainda Felipe Morbi, enquanto as áreas agriculturáveis comercialmente tendem a crescer.

Afinal, repete o executivo o que disse lá atrás, a meta de mistura de óleo de matérias-primas renováveis ao diesel, até 2028, deverá precisar de 15% a mais de outras biomassas para se somar à campeã soja, seguida de sebos animais.

E a macaúba da Soleá deverá estar presente, sustentada pela produtividade lavoura-indústria, seguindo o conceito zero waste (desperdício zero, em tradução livre). Para a empresa, a macaúba gera 9 toneladas de óleo por hectare.

A palma, muito utilizada na Ásia, 3,8 t/ha; a colza e o girassol (Europa, EUA e Canadá, entre outros países), 0,8 e 0,7 t/ha; e a soja, 0,6.

No Brasil, a soja leva tremenda vantagem na produção de biodiesel pelo sua enorme área e alta produção, acima de 133 milhões/t, segundo as previsões para a safra 20/21.

Por hora, Felipe Morbi fala em óleo para especialidades alimentícias, mas com saída como insumos para higiene e beleza e setor químico.

Além de farinha da polpa e aproveitamento também da folhagem (biomassa seca), dentro do conceito desperdício zero.

Nas duas frentes de atuação, campo e transformação, o grupo é biotecnológico. A indústria em João Pinheiro (MG), com as plantações nas redondezas, e a outra empresa do grupo, a Acrotech (Viçosa), responsável pela multiplicação das mudas, validação das condições de plantios.

E agora está praticamente concluindo o processo mais avançado de clonagem da macaúba.

Sequestra carbono de um lado – inclusive enriquecendo os campos com produção de macaúba em consórcio com outras culturas -, e fornece matérias-primas com baixíssimo teor de carbono.

Costurando tudo isso com a geração de valor às comunidades, diz o CEO da Soleá, uma vez que essa espécie vegetal está muito próxima vocacionalmente de regiões carentes, como Norte de Minas, embora sua ocorrência se dispersa por vários paralelos.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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