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No pós-Americanas (AMER3), gestora vê potencial aumento de falências

08 mar 2023, 14:30 - atualizado em 08 mar 2023, 14:40
Americanas
Para a Kinea, o mercado de emissões primárias de crédito privado deve reabrir em algum momento. (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

Após a repercussão do rombo contábil da Americanas (AMER3) sobre grandes bancos, a Kinea Investimentos disse ver uma potencial redução de acesso ao crédito e um número crescente de falências.

Para a gestora, a dinâmica deve impactar pessoas físicas e pequenas e médias empresas.

“As grandes empresas brasileiras têm várias alternativas para lidar bem com a deterioração das condições de crédito no país”, destacou em carta mensal.

A Kinea avalia que somente companhias com condições de sustentar custo maior de dívidas vão manter um bom acesso ao mercado de empréstimos.

“Apesar desse guidance relativamente otimista dos bancos, acreditamos que eles adotarão critérios bastante conservadores para concessão de crédito, e que a desaceleração econômica em andamento, combinada aos juros ainda muito altos, trará inadimplência crescente”, afirmou a Kinea.

Bancos têm dito que se ajustarão ao momento menos favorável do ciclo de crédito não via redução de suas carteiras, mas via juros mais altos, prazos mais curtos e covenants que forcem mais conservadorismo entre os tomadores.

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Brasil em crise de crédito?

Para a Kinea, o mercado de emissões primárias de crédito privado deve reabrir em algum momento nos próximos meses, porque, ponderou, é composto essencialmente por grandes empresas de alta qualidade.

A paralisação do mercado é consequência direta do rombo da Americanas, que provocou perdas atípicas para fundos da categoria – que passaram a sofrer resgates e vender papéis a mercado, causando aumento generalizado dos spreads de crédito de debêntures e letras financeiras

“O aumento dos spreads de crédito, já em andamento, eventualmente tornará os papéis bastante atrativos, restabelecendo o interesse de investidores na indústria de fundos de Renda Fixa e Crédito Privado“, avaliou a Kinea

Nesse ínterim, segundo a gestora, emissores frequentes do mercado podem amortizar dívidas utilizando suas reservas de liquidez (em geral, altas) e também acessando o mercado bancário.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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