Combustíveis

Uber vai acabar, após nova alta dos combustíveis? Para líder dos motoristas, “é o fim”

10 mar 2022, 19:20 - atualizado em 11 mar 2022, 15:03
reajuste da gasolina, combustíveis
O preço da gasolina foi reajustado em 18.8% pela Petrobras (PETR4) nesta quinta-feira (10) (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O preço da gasolina será reajustado em 18,8% pela Petrobras (PETR4) a partir desta sexta-feira (11), após a disparada dos preços do petróleo no mercado internacional, em reação à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Segundo especialistas, o preço dos combustíveis poderá atingir valores impressionantes nas bombas: o litro da gasolina pode chegar em R$ 7,84 na média nacional, enquanto o diesel pode ir de R$ 5,59 para R$ 7.

O presidente da Associação dos Motoristas por Aplicativos de São Paulo (AMASP), Eduardo Lima, disse ao Money Times que a situação para os motoristas não é mais sustentável.

“O fim do nosso sistema”

Lima afirmou que o cenário, já repleto de dificuldades, se tornará inviável em meio a um novo aumento.

“Não tem mais onde espremer para continuar. A nossa luta desde de 2016 é para que as empresas reajustassem as tarifas acompanhando a inflação, e isso não aconteceu”, disse.

Empresas como a Uber (U1BE34) e a 99 promoveram campanhas de incentivo a motoristas durante a pandemia, como a revisão de taxas e o oferecimento de pagamentos extras com o atingimento de metas.

Entretanto, o aumento de preços generalizado fez com que os gastos dos próprios trabalhadores com seus carros se tornassem cada vez maiores, muitas vezes zerando os ganhos da profissão.

Segundo dados mais recentes do IBGE, a inflação acumulada nos últimos 12 meses para os combustíveis no Brasil é de cerca de 44%; o aumento no preço de pneus foi de 27%; o de óleo lubrificante, 19%.

Como uma tentativa de manter a profissão rentável, muitos recorreram à prática de cancelar e selecionar corridas, o que gerou punições por parte dos aplicativos.

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Em setembro de 2021, a Uber baniu cerca de 1600 trabalhadores de seu sistema pelo que foi classificado pela empresa como o ‘cancelamento excessivo de viagens’.

Além disso, muitos motoristas começaram a trabalhar por jornadas mais longas, de mais de 12 horas por dia.

Tratativas com o governo de São Paulo

Ao Money Times, Lima também afirmou que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado de São Paulo não deu continuidade a deliberações realizadas em julho de 2021 sobre o financiamento da conversão de carros dos motoristas para o gás natural veicular (GNV).

A medida teria potencial de aliviar gastos com combustíveis dos motoristas em até 70%, segundo o representante.

“O projeto foi aprovado na primeira reunião, e a segunda, que era para ajustes finais, nunca aconteceu”, disse.

A Secretaria foi contatada pela reportagem e, até a publicação desta matéria, não havia enviado uma posição oficial sobre o assunto.

 

 

Estagiária
Graduanda em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, com enfoque acadêmico em Finanças Públicas. Tem experiência em empreendedorismo e novos negócios, tendo atuado na aceleradora de startups FGV Ventures. Participou da produção de podcasts sobre políticas públicas e atualidades, como "Dos dois lados da rua", "Rádio EPEP" e "Impacto FGV EAESP Pesquisa". Atuou como repórter na revista estudantil Gazeta Vargas.
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Graduanda em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, com enfoque acadêmico em Finanças Públicas. Tem experiência em empreendedorismo e novos negócios, tendo atuado na aceleradora de startups FGV Ventures. Participou da produção de podcasts sobre políticas públicas e atualidades, como "Dos dois lados da rua", "Rádio EPEP" e "Impacto FGV EAESP Pesquisa". Atuou como repórter na revista estudantil Gazeta Vargas.
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