Agronegócio

Novo regime tarifário britânico amplia oportunidades para agro do Brasil, diz CNA

18 dez 2020, 16:25 - atualizado em 18 dez 2020, 16:25
Supermercado em Londres
As exportações totais do agro brasileiro para o país europeu atingiram 1,43 bilhão de dólares no ano passado (Imagem: REUTERS/Henry Nicholls)

O Brasil deverá ter novas oportunidades para a exportação de produtos agrícolas ao Reino Unido a partir do novo regime tarifário britânico pós-Brexit, que entrará em vigor em janeiro de 2021, apontou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em estudo divulgado nesta sexta-feira.

Segundo a entidade, a nova tributação do Reino Unido traz flexibilizações nas alíquotas de 563 produtos do agronegócio, incluindo um montante equivalente a 533 milhões de dólares no fluxo com o Brasil, conforme dados de 2019.

As exportações totais do agro brasileiro para o país europeu atingiram 1,43 bilhão de dólares no ano passado.

“Em relação às importações advindas do Brasil, cerca de 37% da pauta terá alguma flexibilização tarifária e 15% da pauta de 2019 está classificada entre os produtos com maiores oportunidades para ampliação comercial”, disse a CNA.

O estudo indicou que 50 produtos, entre os mais de 550 com impostos flexibilizados, possuem as melhores oportunidades para o país, uma vez que o Brasil possui oferta exportável.

Em 2019, esses produtos foram responsáveis por um fluxo de 79,3 milhões de dólares, um montante relativamente pequeno perto do potencial de exportações do Brasil.

Entre essas oportunidades, a CNA destacou especialmente as frutas como os limões que tiveram reduções de até 14 pontos percentuais se comparadas às tarifas máximas aplicadas pela União Europeia, uvas e maçãs, além dos vinhos e cacau em pó, que passarão a entrar no Reino Unido sem necessidade de pagamento de impostos.

Atualmente, as frutas são o terceiro principal grupo de produtos exportados pelo Brasil ao mercado britânico, tendo somado 178,8 milhões de dólares em 2019, atrás somente da carne de frango e madeira.

A confederação vê ainda oportunidades no grupo do algodão, que passará por uma liberalização tarifária generalizada e ao qual o Brasil praticamente não possui acesso no Reino Unido atualmente.

“O Brasil possui pauta exportadora significativamente diversificada com o Reino Unido e aponta indícios de que o mercado é suscetível à aquisição de produtos de cadeias não tradicionais do agronegócio brasileiro no comércio internacional, como soja e carnes”, disse a CNA no estudo.

Um produto do Brasil que deve se beneficiar no novo regime tarifário é o açúcar, cuja indústria recebeu notícia positiva do Reino Unido na quinta-feira, quando foi anunciada a criação de uma cota sem tarifa para importação de 260 mil toneladas de açúcar bruto de cana.

Ao informar a abertura da cota, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) destacou que a medida amplia o acesso do Brasil a um mercado que era suprido majoritariamente pelo produto da União Europeia.

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