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Nubank (NUBR33): 4T21 surpreende uns e deixa a desejar para outros; ações derretem

23 fev 2022, 14:41 - atualizado em 23 fev 2022, 14:57
Nubank
O Nubank não providenciou guidance para 2022, mas disse durante a conferência que aconteceu logo após a divulgação dos resultados que o ano pode ser bom (Imagem: Gustavo Kahil)

Analistas não conseguiram chegar a um acordo sobre os resultados trimestrais do Nubank (NU).

José Augusto Albino, sócio-fundador da gestora Catarina Capital, destaca o crescimento “cavalar” da companhia, que terminou ano passado com receita acumulada de US$ 1,7 bilhão, número recorde para a companhia, representando uma expansão de 130,4% sobre 2020.

De acordo com Albino, o resultado representa um crescimento muito forte, acima do esperado e, mais importante, uma aceleração em relação ao ano anterior.

Albino destaca ainda que a empresa foi bem sucedida em manter a inadimplência em dia e entregar uma boa qualidade de crédito e recuperação.

Para o UBS BB, o que mais surpreendeu foram os 5,8 milhões de adições líquidas no trimestre. O banco também destacou a receita média mensal por cliente ativo (ARPAC), que conseguiu atingir US$ 5,60 mesmo com a desvalorização do câmbio brasileiro.

O Nubank registrou lucro líquido ajustado de US$ 3,2 milhões, em linha com o que o UBS BB esperava.

“Como esperado, o lucro ajustado no quarto trimestre de 2021 alcançou o break even (ponto de equilíbrio)”, destacam os analistas da instituição. O UBS BB e o consenso esperavam prejuízo líquido de US$ 10-15 milhões.

Segundo o UBS BB, as tendências operacionais da companhia mostraram uma dinâmica positiva, com uma evolução sólida na base de clientes e ARPAC.

Nem todos gostaram

O Itaú BBA teve uma leitura menos animadora em relação aos números apresentados pelo Nubank. Na visão dos analistas, o balanço apresentou pontos positivos e negativos.

Como o sócio-fundador da Catarina Capital, o BBA destacou a boa expansão da receita, mas chamou a atenção para o crescimento de 18% na base trimestral da receita de serviço recorrente, que não bateu as expectativas.

“Isso contrabalançou as boas notícias em NII (receita líquida de juros), com o crescimento de receita de 29% t/t mal chegando às estimativas”, comenta o BBA.

Analistas também lembram que as despesas operacionais aceleraram, mesmo sem considerar opções de ações.

Para o BBA, os resultados não mudam a visão cautelosa sobre a ação.

“Era esperado que as receitas melhorassem no trimestre e acabaram um degrau abaixo das estimativas”, afirma. “Os desafios cíclicos e estruturais que acreditamos que justificam o valuation das ações parecem estar presentes ao longo do trimestre”.

O BBA tem recomendação de underperform (desempenho esperado abaixo do mercado), com preço justo de US$ 8.

Falta do guidance

O Nubank não providenciou guidance para 2022, mas disse durante a conferência que aconteceu logo após a divulgação dos resultados que o ano pode ser bom, já que está implementando vários produtos novos.

A divulgação e a conferência dos resultados movimentaram as ações no after market e pre market. Os papéis do Nubank chegaram a disparar antes da abertura das bolsas norte-americanas nesta quarta-feira, mas devolveram os ganhos e atualmente caem forte.

Por volta das 14h25, as ações computavam perdas de 7,78%, a US$ 8,12. Os BDRs da companhia, negociados na B3 (B3SA3), derretiam mais de 9%, a R$ 6,78.

O UBS BB espera que o Nubank atinja 62,9 milhões de clientes em 2022, com ARPAC mensal mantida em US$ 5,60 e empréstimos totais de US$ 8,6 bilhões, além de lucro ajustado de US$ 38 milhões.

A recomendação do banco é de compra, com preço-alvo de US$ 12,50.

“Embora o Nubank seja menos lucrável que alguns de seus pares, sua base de clientes é maior e está se expandindo em um ritmo mais acelerado”, explica.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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