Opinião

O Brasil consegue expandir o número de leitos de UTI rapidamente?

03 maio 2020, 14:00 - atualizado em 30 abr 2020, 21:18
Saúde-Coronavírus
Os leitos que estão sendo montados para essa crise são bem compactos (Imagem: Divulgação/Prefeitura do Rio de Janeiro)

A necessidade está colocada, mas nossas capacidades talvez não sejam suficientes.

Basicamente, os leitos de UTI podem ter muitas configurações diferentes.

Os leitos que estão sendo montados para essa crise são bem compactos.

Porém, três equipamentos são totalmente indispensáveis: o eletrocardiógrafo, o monitor multiparamétrico e o ventilador pulmonar.

O eletrocardiógrafo monitora o coração do paciente. Tem alta complexidade, de acordo com o Observatório da Complexidade Econômica (1,3).

O mercado mundial do produto é de US$ 1,5 bilhão anual. Há pelo menos cinco empresas que produzem eletrocardiógrafos. São elas: Micromed, Ventrix, TEB, Heart Ware, Ecafix.

O monitor multiparamétrico mede pressão invasiva, pressão não invasiva, oximetria, frequência respiratória, temperatura e outros parâmetros.

A complexidade do produto é alta (1,02), e o mercado mundial é de US$ 18,3 bilhões. Empresas brasileiras que o produzem: Lifemed, Samtronic, Protec, Prolife e Instramed.

Já os ventiladores pulmonares são hoje o produto mais cobiçado do mundo. Com complexidade alta (0,948) e mercado de US$ 7,29 bilhões, ele é produzido por três empresas brasileiras: a Lifemed, a Magnamed e a KTK.

Mas a aparência de autonomia produtiva em relação a estes três equipamentos eletromédicos pode ser ilusória. O porcentual médio de importação de componentes e insumos para o setor de equipamentos eletromédicos no Brasil é de 50%.

Ou seja, um equipamento nacional tem em média metade de seus componentes vindos de fora.

Com a alta competição por produtos no mercado mundial por causa da crise do Covid, é possível que a capacidade das empresas brasileiras neste momento esteja muito limitada por escassez de componentes não produzidos no país.

A questão dos ventiladores pulmonares e das máscaras (3PLY e N95) foram abordadas no vídeo abaixo. Também relatando informações sobre as capacidades produtivas do Brasil em relação a estes produtos.

CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR
Graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR.
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Graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR.
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