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Os 5 pontos principais da conversa do IRB com os analistas hoje

05 mar 2020, 12:17 - atualizado em 05 mar 2020, 12:17
(Imagem: Reprodução/YouTube IRB Brasil)

Para acalmar os ânimos do mercado, após suas ações tombarem 32% no pregão desta quarta-feira (4), o IRB (IRBR3) realizou uma teleconferência com analistas e investidores hoje, antes da abertura do mercado.

Os representantes da resseguradora, na conversa, foram o presidente interino do conselho de administração, Pedro Guimarães, e o novo vice-presidente financeiro e de relações com investidores, Werner Süffert.

Após um dia considerado “intenso” por Guimarães, com o valor da empresa evaporando no B3, diante da negativa pública da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, de que tenha ou queira ter ações da companhia em seu portfólio, os então presidente executivo, José Carlos Cardoso, e do antecessor de Süffert, Fernando Passos.

Além de apresentar Süffert ao mercado, a teleconferência tratou, sobretudo, de cinco pontos que incomodam os analistas, investidores e pressionam suas ações. Veja quais foram:

1. Dúvidas sobre as demonstrações financeiras de trimestres passados

Os analistas quiseram saber se a nova diretoria vai instalar auditorias sobre os relatórios dos trimestres passados. A dúvida é pertinente, já que, antes do estouro do caso Buffett, o IRB já se encontrava nas manchetes.

Isto porque, no início do ano, a gestora Squadra divulgou um extenso relatório em que questionava a transparência dos números da resseguradora. A gestora declarou, para todos os efeitos, que apostava na queda do papéis e, portanto, estava “vendida” em IRB.

Na época, a resseguradora contratou um segundo auditor independente para passar um pente fino nas demonstrações do quarto trimestre, que seriam divulgadas nas semanas seguintes.

Hoje, Süffert e Guimarães descartaram qualquer intenção de mexer com o passado. “Não temos nenhum motivo, nem para pensar em republicar os balanços”, afirmou Guimarães. “Não temos ressalvas dos auditores, nem dos órgãos de fiscalização”.

2. Melhorar a transparência e a comunicação com o mercado

A chegada de Süffert à diretoria executiva do IRB foi apresentada como estratégica para melhorar a transparência, a governança corporativa e a comunicação com o mercado.

Membro do conselho de administração do IRB até fevereiro e executivo da BB Seguridade (BBSE3) por sete anos, Süffert buscou usar seu prestígio no mercado para se colocar como fiados das práticas de gestão do IRB.

“Nosso desafio é melhorar ao máximo a transparência, mas nunca tive dúvidas, quanto às questões [de demonstração financeira]”, disse o recém-chegado.

3. Participação de Buffett como acionista

A polêmica sobre a presença da Berkshire Hathaway, a gestora de Warren Buffett, no quadro de acionistas do IRB foi tratada brevemente pelos analistas e pela direção da empresa, mesmo sendo o estopim da queda de quase 40% na B3 ontem e da saída de Cardoso e Passos.

Warren Buffett
Não, obrigado: Buffett negou categoricamente qualquer interesse no IRB (Imagem: Wikimedia Commons)

Os representantes do IRB se restringiram a prometer uma apuração rigorosa do caso, com a divulgação dos resultados. Guimarães negou que o conselho de administração soubesse de uma eventual presença de Buffett entre os acionistas relevantes.

Também não detalhou as circunstâncias em que a advogada Márcia Cicarelli, representante da Berkshire no Brasil, teria sido indicada para o conselho fiscal do IRB. Para ser mais exato, os executivos não confirmaram, nem negaram, a notícia.

“Queremos entender todo o processo”, disse Guimarães.

4. Revisão do guidance

Guimarães e Süffert deixaram aberta a possibilidade de revisar o guidance (conjunto de metas) do IRB para 2020, embora tenham observado, diversas vezes na teleconferência, que, por ora, ele está mantido.

Segundo Guimarães, é natural que o novo vice-presidente do IRB analise o guidance e se manifeste sobre eventuais metas agressivas demais, mas frisou que “é improvável que mude. E, se mudar, vai ser pouco”.

“O nome do jogo é conservadorismo e credibilidade: prometer e cumprir o que prometemos”, afirmou.

5. Fim do bônus por ação

Guimarães também informou que o IRB encerrou o programa de remuneração dos executivos por valorização das ações. A medida foi apresentada como mais um passo para melhorar a transparência e a credibilidade da gestão junto ao mercado.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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