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Os EUA não precisam de um dólar digital: regulação de stablecoins é ‘faca e queijo’ para o país não precisar desenvolver criptomoeda própria; entenda

12 mar 2025, 12:51 - atualizado em 12 mar 2025, 12:51
Donald Trump Memecoin Criptomoedas stablecoins
A regulamentação das stablecoins ganhou tração no Congresso após o declarado apoio político do presidente dos EUA, Donald Trump, à iniciativa. (Imagem: REUTERS/Marco Bello/File Photo)

Está marcada para esta semana uma votação no Comitê Bancário do Senado dos Estados Unidos sobre a regulação do setor de stablecoins, as criptomoedas com lastro. Especificamente aquelas que utilizam o dólar como referência estão na mira dos parlamentares norte-americanos. 

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A regulamentação das stablecoins ganhou tração no Congresso após o declarado apoio político do presidente dos EUA, Donald Trump, à iniciativa.

Logo no começo de sua gestão, o republicano descartou o desenvolvimento do dólar digital (CBDC ou Central Bank Digital Currency, uma “criptomoeda” emitida pelos bancos centrais) e estimulou empresas do ramo cripto a desenvolverem projetos com stablecoins na moeda norte-americana. 

“Uma regulamentação clara e proporcional ao risco—focada na transparência dos emissores e nos requisitos de reserva—poderia legitimar as stablecoins, atraindo capital institucional e acelerando a adoção”, escreve Hong NG, diretor jurídico da Bitget. 

“Ao favorecer as stablecoins do setor privado em vez de uma CBDC emitida pelo governo, os EUA seguem a abordagem da Suíça, promovendo um ecossistema competitivo, mas podendo ceder terreno para regiões que avançam com moedas digitais apoiadas pelo estado, como o yuan digital da China e o euro digital da União Europeia”, comenta o executivo.

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O problema das CBDCs e do dólar digital

É preciso dizer que os investidores mais tradicionais do mercado de criptomoedas são avessos a CBDCs porque elas trazem uma maior centralidade para os ativos digitais. 

Além disso, alguns argumentam que, como as moedas digitais são controladas por bancos centrais e governos, elas poderiam ser usadas como uma arma de controle social, como confisco de poupanças e, em última instância, censura. 

Outro problema das CBDCs é o fato de que cada país acaba escolhendo uma plataforma que melhor atende às suas necessidades, o que tende a dificultar a interoperabilidade entre uma moeda e outra. 

“As stablecoins já sustentam 70% dos pares de negociação de criptomoedas e servem como infraestrutura crítica para liquidações 24/7 e transações transfronteiriças, fortalecendo seu papel no sistema financeiro”, comenta Hong. 

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Por que os EUA não irão investir em um dólar digital

Fontes ouvidas pelo Crypto Times entendem que essa é uma estratégia da nova gestão dos EUA, com dois objetivos principais. 

O primeiro deles é estimular o mercado privado das criptomoedas, o que estimularia o desenvolvimento de novos projetos no ramo de ativos digitais, mantendo os entusiastas do setor alinhados com o presidente Trump. 

Outro ponto é que as stablecoins lastreadas em dólar aumentam a demanda pela moeda e títulos da dívida norte-americana, fortalecendo a presença dos EUA no ambiente virtual. 

Vale lembrar que as stablecoins já são utilizadas como um referencial internacional por estarem lastreadas em um ativo estável: o dólar. 

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Por último, os EUA também poderiam, em última instância, se aliar com algum dos emissores das principais stablecoins do mercado para fazer de uma moeda específica o seu “dólar digital”, sem necessariamente investir no desenvolvimento do projeto. 

Atualmente, o Tether (USDT) e o USDC (USDC) são as duas maiores stablecoins do mundo, movimentando bilhões em volume negociado por dia.

A primeira delas é emitida pela empresa de mesmo nome que publica relatórios periódicos sobre seus fundos em caixa para lastrear a emissão da moeda — que incluem o dólar, títulos da dívida e outros papéis atrelados ao Tesouro dos EUA.

Já a segunda é emitida pelas empresas Circle e a Coinbase, sendo que esta última é uma empresa de capital aberto nos Estados Unidos — isto é, segue as normas mais elevadas de governança corporativa do mercado norte-americano.

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É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
renan.sousa@moneytimes.com.br
É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
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