Política

Padilha diz desconhecer qualquer discussão sobre mudança da meta de inflação

09 fev 2023, 19:31 - atualizado em 09 fev 2023, 19:31
Alexandre Padilha
“Desconheço qualquer reunião nesse sentido”, disse Padilha quando perguntado por repórteres sobre possível discussão no governo sobre o tema (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta quarta-feira desconhecer qualquer discussão dentro do governo sobre possível mudança da meta de inflação, após notícias sobre o assunto terem pressionado os mercados.

“Desconheço qualquer reunião nesse sentido”, disse Padilha quando perguntado por repórteres sobre possível discussão no governo sobre o tema.

“Esse é um tema para ser discutido pelo ministro da Fazenda, que conduz esse debate. Nas reuniões e contatos que já tive com o presidente do Banco Central, em nenhum momento foi trazido esse tema para mim”, acrescentou.

A agência Bloomberg disse mais cedo, citando fontes, que a equipe econômica estuda antecipar uma revisão das metas de inflação do país na tentativa de acalmar as tensões entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Banco Central. A informação foi mal recebida pelos mercados, pressionando o câmbio e o Ibovespa.

Antes disso, coluna do Metrópoles havia relatado que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou a integrantes do governo que defenderá uma alteração na meta de inflação de 2023 para 3,5%, contra os atuais 3,25%.

Uma fonte da equipe econômica afirmou à Reuters que Campos Neto teria indicado estar aberto a um eventual debate sobre a mudança da meta de inflação, mas que não houve qualquer conversa oficial nesse sentido até o momento.

O BC não respondeu imediatamente a pedido de comentário da Reuters. O Ministério da Fazenda afirmou que não antecipa pautas e nem temas que serão discutidos no Conselho Monetário Nacional (CMN), que é responsável por definir as metas de inflação.

Lula tem atacado o Banco Central nas últimas semanas, criticando o nível da taxa de juros, a autonomia do BC e o próprio presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, o que tem sido mal recebido pelo mercado financeiro.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem se distanciado da disputa entre o governo e o Banco Central, mas parlamentares aliados a Lula planejam convocar o presidente do BC a prestar esclarecimentos sobre a política de juros no país.

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