BusinessTimes

PagSeguro (PAGS) ainda está “refém” da Selic, destacam analistas

26 ago 2022, 16:04 - atualizado em 26 ago 2022, 16:14
Uol PagSeguro
Os analistas são unanimes em classificar as cifras como positivas, mas se dividem quanto à recomendação para o papel (Imagem: Youtube/PagSeguro)

A PagSeguro (PAGS) divulgou os seus números e animou o mercado, com os papéis negociados em Nova Iorque disparando.

Por volta das 15h57, as ações subiam 10,23%, a US$ 16,59, enquanto os BDRs saltavam 11%, a R$ 16,86.

Na noite da última quinta-feira (25), a empresa reportou lucro de R$ 403 milhões, alta de 17% ano a ano, acima do esperado.

Os analistas são unanimes em classificar as cifras como positivas, mas se dividem quanto à recomendação para o papel.

O Itaú BBA classificou o balanço como positivo, afirmando que foi um segundo trimestre “bem executado”, mas considerou as projeções para o terceiro trimestre modestas, sinalizando uma desaceleração, embora ainda forte e acima das projeções

Junto com o balanço, a companhia divulgou seu guidance e disse que espera receita entre R$ 4 bilhões e R$ 4,1 bilhões no terceiro trimestre, com lucro líquido entre R$400 milhões e R$ 410 milhões. A receita líquida entre abril e junho foi de R$3,9 bilhões, aumento de 65%.

O Morgan Stanley destacou que a empresa superou expectativas para receita e que divulgou projeções positivas para lucro e receita no terceiro trimestre, sugerindo em teleconferência sobre o balanço que o ‘momentum’ da receita deve continuar.

Para o UBS, o lucro líquido veio 8% acima do esperado, refletindo principalmente uma estratégia de repactuação bem-sucedida durante o trimestre. Além disso, as receitas ficaram acima em 7% do aguardado pelos analistas do banco suíço.

Os números da PagSeguro também passaram em 5% as expectativas do BTG. Em relatório assinado por Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel, o banco destaca que foi mais um trimestre com expansão das taxas, com maior volume total de pagamentos (TPV, em inglês).

PagBank, PagSeguro
O BBA mantém o otimismo com a ação, afirmando que os lucros líquidos devem continuar a se expandir (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

Hora de comprar PagSeguro?

O Bank of America, que recomenda comprar as ações do PagSeguro, escreveu que os resultados mostraram que o PAGS continua a crescer de forma lucrativa, apesar do ambiente adverso de taxas e à medida que se constrói o PagBank.

O BBA mantém o otimismo com a ação, afirmando que os lucros líquidos devem continuar a se expandir.

“Isso cria uma base sólida para o crescimento da renda líquida quando as taxas básicas de juros no Brasil começarem a cair”, diz.

Já o BTG mantém a recomendação neutra, com a visão de que a taxa Selic média ainda será alta em 2023, prejudicando a capacidade do PAGS de aumentar seus resultados contábeis.

“As despesas financeiras devem permanecer altas, o negócio de pré-pagamento exige financiamento, o adquirente vem queimando caixa e as despesas de D&A e baixas de PDV mais altas são basicamente um “dado” para o próximo ano”, diz.

Além disso, o banco calcula que a ação negocia a 20 vezes o preço sobre o lucro para 2023, “o que não parece barato”.

“Reiteramos nossa visão cautelosa de médio prazo sobre o setor de pagamentos no Brasil. A dinâmica de preços parece mais racional, mas esse equilíbrio é muito instável”, discorre.

Em relatório enviado nesta sexta, o Credit Suisse cortou o preço-alvo de PagSeguro de US$ 40 para US$ 20, “devido a um custo de capital 1,5 pp maior, agora em 18% (R$ nominal), e uma taxa Selic mais alta de curto prazo”, mas manteve a recomendação outperform, equivalente a compra.

Com Reuters

🤳Siga o Money Times no Instagram!🤳

Conecte-se com o mercado e tenha acesso a conteúdos exclusivos sobre as notícias que enriquecem seu dia! Sete dias por semana e nas 24 horas do dia, você terá acesso aos assuntos mais importantes e comentados do momento. E ainda melhor, um conteúdo multimídia com imagens, vídeos e muita interatividade, como: o resumo das principais notícias do dia no Minuto Money Times, o Money Times Responde, em que nossos jornalistas tiram dúvidas sobre investimentos e tendências do mercado, lives e muito mais… Clique aqui e siga agora nosso perfil!

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin