Tecnologia

Para acelerar 5G, é preciso ter smartphones a preços atrativos, diz diretor da Huawei Brasil

23 fev 2022, 18:50 - atualizado em 23 fev 2022, 18:50
Tecnologia 5G traz para o mercado características que o 4G não tem (Imagem: Pixabay/ADMC)

Para acelerar o processo de implementação da tecnologia 5G no Brasil, o mercado precisa primeiro baratear os smartphones, defendeu o diretor de cibersegurança, soluções e privacidade da Huawei Brasil e América Latina, Marcelo Motta, em evento promovido pelo BTG Pactual (BPAC11) nesta quarta-feira (23).

O diretor indicou que o barateio nos valores dos aparelhos seria um bom motivo para difundir o uso da tecnologia entre os brasileiros. Ele ainda destacou a disparidade dos preços dos smartphones no Brasil em comparação com países como Coreia e China, onde a cobertura 5G já é mais ampla.

“Especialmente no Brasil, seria interessante ter um programa de redução dos preços dos dispositivos para a população geral”, afirmou.

Um levantamento realizado pelo Money Times usando sites de varejistas bem cotadas em rankings de atendimento ao consumidor mostrou que já é possível encontrar um celular que aceita o 5G dentro de uma ampla faixa de preços. Usuários conseguem achar dispositivos custando por volta de R$ 1.500. No entanto, os valores podem chegar a R$ 9.600, dependendo do modelo desejado.

A crise global dos semicondutores, além de uma moeda brasileira mais desvalorizada em relação ao dólar e uma inflação elevada, contribuem para o encarecimento dos preços dos smartphones.

Do 4G para o 5G

Além de Motta, participaram do evento o ministro de Comunicações do Brasil, Fábio Faria, o CEO da TIM Brasil (TIMS3), Alberto Griselli, e o CEO da Nokia Brasil, Ailton Santos.

Os participantes comentaram sobre a mudança que o leilão 5G, até agora o maior de radiofrequências da América Latina, promete trazer para o setor de telecomunicações.

“O leilão foi um sucesso. Resolvemos toda a burocratização do setor de telecomunicações. […] Depois da pandemia, ficou evidente que telecomunicações é um setor transversal que envolve todos os setores da economia”, disse Faria.

O leilão levantou R$ 47,2 bilhões em recursos. Do total, cerca de R$ 42 bilhões serão revertidos em investimentos para ampliar a conectividade em todas as regiões do Brasil.

Entre as obrigações assumidas pelas empresas vencedoras no leilão estão:

(i) levar cobertura 5G a todas as capitais e cidades com mais de 30 mil habitantes;
(ii) garantir internet 4G nas rodovias federais e localidades ainda sem conexão;
(iii) implantar rede de fibra óptica em locais com pouca ou nenhuma infraestrutura de conectividade;
(iv) implantar o Programa Amazônia Integrada e Sustentável (PAIS) e o projeto da rede privativa de comunicação da Administração Pública Federal;
(v)custear a migração da TV parabólica para TV via satélite; e
(vi) investir em projetos de conectividade em escolas.

O CEO da TIM destacou que a companhia é a empresa com a maior cobertura 4G no país, atendendo aproximadamente 85% dos municípios. A meta da operadora, afirmou Griselli, é cobrir 100% dos municípios com a tecnologia da quarta geração até o próximo ano.

Griselli ainda contou que existe um plano de desenvolvimento de um fundo 5G para coletar investimentos direcionados a empresas inovadoras e, consequentemente, “aumentar a escala da conectividade”.

Tendências com o 5G

O CEO da Nokia no Brasil chamou atenção para as novas aplicações que devem surgir com a chegada do 5G no país, até porque essa tecnologia traz características que o 4G não tem.

“Tendências como metaverso, tokens, peer-to-peer… Assim como o 4G foi revolucionário, o 5G vai mudar as nossas vidas em relação à forma como a gente consome e paga”, comentou Santos.

O CEO da TIM reforçou a transformação que o 5G deve levar para o setor de tecnologia no Brasil.

“O 5G permitirá endereçar um mercado que hoje é incipiente: a Internet das Coisas (IoT). Esse mercado não podia ser atendido com eficácia com as tecnologias anteriores. O 5G permite, de fato, digitalizar de forma completa e irá permear completamente o mundo em que vivemos”, defendeu o executivo.

Fabio Faria
“Brasil estava o patinho feio da economia digital”, disse o ministro das Comunicações, Fábio Faria (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Próximos passos

Realizado o leilão, o próximo passo será investir em infraestrutura, afirmou Faria.

“Nós temos que pensar: o que vem depois do 5G? Primeiro vem o investimento em infraestrutura. Junto com ele vem a capacitação. Por isso o investimento em escolas. A gente tem que capacitar essa nova geração”, disse.

Outro plano, comentou Faria, é atrair empresas para o Brasil.

“O Brasil estava o patinho feio da economia digital. Agora, vamos atrair empresas para cá […] para colocar o Brasil na ponta da economia digital”, finalizou o ministro.

O edital do leilão 5G possui metas fixadas ano a ano, com as primeiras vencendo em julho de 2022, quando todas as capitais brasileiras devem ter cobertura 5G. Para 2028, a meta é que a cobertura atinja todas as cidades do país.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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