Internacional

Veja o que parou os 12 maiores bull markets da história dos EUA (Parte 1)

24 abr 2019, 12:30 - atualizado em 29 abr 2019, 10:06
História do mercado acionário norte-americano oscila entre bull e bear markets

O índice S&P 500, composto pelas 500 maiores companhias dos EUA por valor de mercado, chegou a sua máxima histórica na última terça-feira (23), ao atingir 2.934,21 pontos.

Diante da recente valorização e do bull market existente desde a mínima vista em 2009, um levantamento realizado pela reportagem da CNN mostra os 12 bull markets anteriores ao atual e como os mesmos terminaram.

O Money Times fez levantamento do que ocorreu nestes períodos e compartilhará, em duas partes, os 12 bull markets anteriores ao que ocorre atualmente.

1932 a 1937: recuperação da Grande Depressão

Depois da queda de 86% do Composite Price Index (predecessor do índice S&P 500) entre setembro de 1929 e junho de 1932, a tendência se reverteu e o índice apresentou alta de 325% nos próximos cinco anos.

O bull market foi suportado, em parte, pelo New Deal do presidente Franklin Roosevelt, com gastos maciços do governo para estabilização da economia.

Contudo, a partir de 1937, Roosevelt retira os estímulos da economia, o Federal Reserve inicia política restritiva a bancos e, pela não recuperação completa da economia, emerge a recessão nos EUA.

Entre 1937 e 1942, as ações derreteram nada menos que 60%.wall

1942 a 1946: Segunda Guerra Mundial direciona atividade econômica

Os EUA entraram na Segunda Guerra Mundial em dezembro de 1941, após os japoneses atacarem Pearl Harbor. Diante da necessidade bélica, indústrias elevaram a produção de tanques, armas e aviões.

Com a ocorrência da guerra, o S&P 500 auferiu ganhos de 158% de abril de 1942 a maio de 1946. No entanto, pela artificialidade da alta por evento não recorrente, e aumento da poupança pelos norte-americanos em detrimento de consumo, a economia dos EUA entrou em recessão.

De maio de 1946 a junho de 1949, o índice S&P 500 caiu 30%.

1949 a 1956: a economia pós-guerra bomba

Depois do término da Segunda Grande Guerra, os EUA entrou em uma era de prosperidade. O presidente Dwight Eisenhower focou na disciplina fiscal, com forte alta do consumo, pela propagação do “sonho americano” e da utopia dos subúrbios, com automóveis e televisores para todos os norte-americanos.

Também ocorreu aumento demográfico, com os norte-americanos tendo filhos que seriam posteriormente conhecidos como “Baby Boomers”. O otimismo era tamanho que o índice S&P 500 disparou nada menos que 266% entre junho de 1949 e agosto de 1956.

No entanto, a crise do Canal de Suez e a invasão da Hungria pela URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) adicionou incerteza aos mercados, levando a um pequeno bear market.

Entre agosto de 1956 e outubro de 1957, o índice S&P 500 caiu 22%.

1957 a 1961: a Guerra Fria acelera

Em 1957, a União Soviética lançou o Sputnik, primeiro satélite feito pelos humanos para orbitar a Terra. O mercado acionário norte-americano apresentou desvalorização pela perceção de que os EUA estavam perdendo a corrida armamentista tecnlógica.

No entanto, após um bear market, o índice S&P 500 subiu 86% durante quatro anos, entre outubro de 1957 e dezembro de 1961.

Um investidor jovem proeminente chamado Warren Buffett apontou durante o bull market: “as ações tem subido a taxas muito rápidas. Os lucros das empresas não tem subido. Os dividendos não estão melhorando”.

Em outras palavras, as ações estavam sobrevalorizadas. De dezembro de 1961 a junho de 1962, o índice S&P 500 caiu 28%.

1962 a 1966: JFK foca em “fazer os EUA se movimentar novamente”

Durante a campanha, o presidente John Kennedy prometeu fazer os EUA se movimentarem novamente. Em contrapartida, ao assumir a presidência em 1961, tensões emergiram entre a indústria siderúrgica e o presidente, levando a um leve bear market denominado depois de “Kennedy Slide”.

Em 1962, as ações começaram a mostrar valorização. Mas, diante do assassinato de JFK em 1963, cresceram temores em torno da recuperação acionária: o índice S&P 500 caiu quase 3% naquela sessão e as negociações foram interrompidas por duas horas em memória a JFK.

No entanto, Wall Street se recuperou da morte e o mercado acionário apresentou expansão por mais que três anos.

Adentrando 1966, a economia estava forte: taxa de desemprego de apenas 4%, com altas consecutivas nos pedidos à indústria. Porém, quando começou a ocorrer pressão inflacionária, o Federal Reserve realizou política contracionista.

O movimento foi severamente restrito e o índice S&P 500 caiu 22% de fevereiro a dezembro de 1966.

1966 a 1968: os anos go-go

Durando somente 17 meses, o bull market no meio da década de 1960 foi o mais curto da história norte-americana, com valorização de aproximadamente 50%, como decorrência da força do mercado de trabalho: ao final de 1968, a taxa de desemprego era de somente 3,4% nos EUA.

Por outro lado. 1968 foi marcado por reviravolta na Guerra do Vietnã, quando os norte-vietmenitas realizaram ataques surpresas, além dos assassinatos recentes de Martin Luther King, Jr. e Robert Kennedy.

A vitória de Richard Nixon, a instabilidade política e o enfraquecimento da economia, em conjunto com alta da inflação, levou a um bear market e a uma pequena recessão.

O índice S&P 500 caiu 36% de novembro de 1968 a maio de 1970.

1970 a 1973: investidores compram Nifty Fifty

McDonald’s, IBM e Disney ajudaram o mercado acionário dos EUA a novas máximas em 1970. Os investidores entraram no grupo Nifty Fifty, grupo das maiores empresas, com taxa de crescimento mais elevadas. O índice S&P se valorizou anualmente 23% na média durante o bull market.

Porém, diante do valuation esticado e do anúncio do plano econômico de Nixon em 1973 e da decorrente inflação advinda, o índice S&P 500 caiu 48% entre janeiro de 1973 e outubro de 1974.

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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