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Petrobras alerta investidores nos EUA que governo pode mudar política de preços

31 mar 2022, 8:32 - atualizado em 31 mar 2022, 8:35
Petrobras
Estatal comentou que o governo federal brasileiro, como acionista controlador, “pode perseguir certos objetivos macroeconômicos e sociais” por meio da própria empresa. (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A Petrobras (PETR4) alertou investidores nos Estados Unidos que ações e legislação impostas pelo governo brasileiro, como nosso acionista controlador, podem afetar os reajustes de preços do petróleo, mostra o formulário 20-F desta quarta-feira (30).

O documento, disponível no site da SEC (a CVM norte-americana), é um balanço da companhia em 2021, e foi concluído antes da troca de presidente na empresa – com a indicação do economista Adriano Pires para a presidência executiva da Petrobras, substituindo o general Joaquim Silva e Luna.

A Petrobras lembrou que o presidente Jair Bolsonaro tem, por vezes, feito declarações sobre a necessidade de modificar e “ajustar a política de preços para as condições domésticas”.

“Tendo em vista as declarações do presidente brasileiro, uma nova equipe de administração ou conselho de administração poderá propor alterações em nossas políticas de preços, incluindo a decisão de que tais políticas não busquem alinhamento com a paridade internacional de preços”, alertou.

A estatal comentou que o governo federal brasileiro, como acionista controlador, “pode perseguir certos objetivos macroeconômicos e sociais” por meio da própria empresa – o que pode ter um efeito material adverso sobre a companhia, diz o documento.

“Não podemos garantir que nossa maneira de definir preços não mudará no futuro”, disse a Petrobras. “Mudanças em nossa política de preços de combustíveis podem ter um impacto material adverso em nossos negócios, resultados, condição financeira e valor de nossos títulos”.

A Petrobras lembrou que, no passado, a administração ajustou preços de petróleo, gás e derivados de tempos em tempos, mas disse que, “no futuro, poderá haver períodos durante os quais os preços de nossos produtos não estarão em paridade com os preços internacionais dos produtos”.

Hora de comprar Petrobras?

Apesar do risco político, as ações da petroleira seguem em alta acumulada de 13% neste ano, a R$ 32,99, com recomendação de compra por várias corretoras. Na quarta, a XP Investimentos chegou a elevar o preço-alvo para os papéis, de R$ 45,30 para R$ 47,80.

A XP diz que a atualização da expectativa para os papéis foi feita após incorporação dos resultados do quarto trimestre, os “recentes desenvolvimentos nos preços das commodities, devido a restrições no lado da oferta” e nomeação de um novo CEO.

A XP comentou que Pires tem “uma sólida carreira acadêmica e profissional no setor de Óleo & Gás” e lembrou que, nos últimos anos, ele tem sido um “ferrenho defensor da política de paridade de preços de importação (“PPI”) dos derivados da Petrobras, do programa de venda de refinarias e até mesmo da privatização total da companhia”.

Veja o documento divulgado pela Petrobras.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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