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Petrobras: congelamento de preços e CPI não devem sair do papel

20 jun 2022, 13:44 - atualizado em 22 jun 2022, 11:12
Petrobras (PETR4)
(Imagem: Money Times/Renan Dantas)

A Petrobras (PETR3; PETR4) entrou em um verdadeiro olho de furacão. Na última sexta-feira (17), a empresa anunciou o reajuste de preços da gasolina e do diesel, o que levou à renúncia do presidente José Mauro Coelho após dois meses no comando da estatal.

A mudança na liderança da empresa gera dúvidas sobre o congelamento dos preços. Na sexta, o membro do Conselho de Administração da Petrobras, Francisco Petros propôs o congelamento do preço dos combustíveis por 45 dias. Além de sugerir a formação de um grupo de trabalho com representantes da empresa, do mercado de combustíveis e do governo para uma nova fórmula de reajuste.

A empresa, no entanto, afirmou hoje mais cedo que a proposta não foi discutida internamente e que a proposta se trata de uma iniciativa pessoal do conselheiro. E, na verdade, a proposta já ficou antiga. Conforme lembra Daniel Abrahão, assessor de investimentos na iHUB Investimentos, Francisco Petros sugeria o congelamento desde que o governo reduzisse as interferências na empresa e retirasse a indicação de Caio Paes de Andrade, secretário de desestatização do Ministério da Economia, para o cargo de presidente.

“Era uma maneira de colocar panos quentes no reajuste e, em contrapartida, o governo abriria mão de tirar o até então presidente. Agora que o José Mauro Coelho pediu demissão, essa discussão não vai mais para frente”, afirma.

CPI

Um dos motivos que pressionou a saída de Coelho foi a ameaça do governo de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o conselho da estatal petrolífera. Com a dança das cadeiras de hoje, essa ameaça também cai por terra.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já tinha dito mais cedo que não via suspeita de prática criminosa para abrir um processo desse tipo.

Novos reajustes

A Ativa Investimentos aposta que a nova gestão da Petrobras pode até ser mais conservadora nos próximos reajustes de preços dos combustíveis. Afinal, esse é o motivo que já custou o cargo dos três últimos presidentes da companhia. Mas terão novos reajustes.

“Mesmo com os aumentos anunciados sexta-feira e aplicados no sábado para a gasolina e o diesel, o preço praticado pela petrolífera em suas refinarias, ainda está abaixo do visto internacionalmente e deverá continuar apresentando relativo grau de defasagem durante a próxima gestão”, disse em nota.

Já Abraão destaca que, gostando ou não, a estatal tem uma política de preços que precisa ser respeitada. “O corpo técnico da empresa não está olhando para inflação ou para as eleições. Eles avaliam a paridade internacional e trabalham em defesa da Petrobras no mercado.”

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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