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Petrobras (PETR4) e BB (BBAS3) têm pouco espaço para subir e muito para cair, diz analista

15 set 2022, 17:47 - atualizado em 15 set 2022, 18:52
Petrobras
Na visão da Guide, faz mais sentido esperar o momento melhorar para aumentar posições em empresas como Petrobras e Banco do Brasil (Imagem: Bloomberg)

Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3) figuram entre as maiores altas do Ibovespa em 2022.

Enquanto a petroleira disparou mais de 60%, o banco subiu 49%. Os fatores para as altas das duas estatais se assemelham: resultados fortes e dividendos.

Porém, o ano eleitoral está aí, com dois nomes de peso (Lula e Jair Bolsonaro) liderando as pesquisas.

Qual a probabilidade dessas ações caírem forte com o resultado?

Um gráfico elaborado pela Guide Investimentos corrobora com a tese de que, em momentos de eleição, as estatais costumam cair. Isso aconteceu, por exemplo, na corrida presidencial de 2014. Veja:

Vale lembrar que em 2014, Dilma Rousseff provocava mais temores ao mercado, com suas intervenções na Petrobras.

Para a corretora, a forte performance das ações estatais nos últimos meses indica pouco espaço para alta em caso de um cenário positivo pós-eleições – e bastante espaço para quedas em caso negativo.

“Acreditamos que há muitas diferenças entre estas empresas hoje e em 2014 (atualmente as estatais estão apresentando lucros recordes, enquanto em 2014 apresentavam prejuízos recordes), mas a relação risco-retorno parece ruim neste momento dada a proximidade das eleições e diversas declarações de alguns candidatos no sentido de rever a atuação das empresas estatais”,  afirma.

Na visão da Guide, faz mais sentido esperar o momento melhorar para aumentar posições em empresas estatais.

“Já antecipando este risco, deixamos Banco do Brasil de fora de nossa Carteira Valor em setembro, apesar de ver o banco estatal como tendo os melhores resultados e valuation ainda descontado”, coloca.

Recentemente, o ex-presidente Lula, por exemplo, afirmou que o BB lucra como “banco privado”. Além disso, o candidato prometeu mudar a política de preços da Petrobras.

Para Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, o mercado já começa a virar a cara para o Banco do Brasil.

“Quando falamos de estatais, sim, as eleições são uma preocupação muito grande. Nós já estamos notando que a alocação em estatais está diminuindo”, observa.

Komura diz que muitos investidores estão ficando “mais leves” em relação ao posicionamento nessas companhias, e esse movimento deve se intensificar à medida que o pleito, marcado para o mês que vem, se aproxima.

“Inclusive, temos muitas casas e gestores falando que estão tirando o pé porque é melhor ficar de fora das estatais, principalmente Banco do Brasil e Petrobras, por mais que as empresas estejam muito baratas”, afirma.

Em sua visão, não é recomendável se posicionar nessas ações agora, apesar do valuation atrativo.

“Nós preferimos perder o movimento, para ter mais clareza do cenário político. Essa tem sido também a visão do mercado”, completa.

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Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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