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Petrobras (PETR4): O que pode impedir o pagamento de dividendos extras, segundo o Goldman Sachs

08 ago 2023, 15:29 - atualizado em 08 ago 2023, 15:37
Petrobras
Analistas ponderam que aquisições podem consumir parte do caixa da Petrobras. (Imagem: Agência Petrobras)

O Goldman Sachs disse nesta terça-feira (8) acreditar que a Petrobras (PETR4) pode anunciar dividendos extraordinários.

Para o banco, caso a estatal decida pagar 100% da geração de fluxo de caixa livre no ano, haverá cerca de US$ 4 bilhões em proventos a mais.

O fluxo de caixa livre é o valor pelo qual o fluxo de caixa operacional de uma empresa excede as necessidades de capital de giro e gastos com ativos fixos.

Caso a decisão se concretize, a Petrobras pagará ao todo cerca de US$ 24 bilhões em dividendos em 2023, aponta o banco em relatório assinado por Bruno Amorim e equipe.

O que pode impedir o pagamento extra

Os analistas do Goldman Sachs ponderam que aquisições podem consumir parte do caixa da Petrobras, o que faria com que a empresa deixasse de anunciar os dividendos extraordinários.

“Como referência, caso a Petrobras adquira a Vibra (VBBR3) e a Braskem (BRKM4), a saída total de caixa pode chegar a US$ 9 bilhões”, disse o Goldman Sachs.

O banco acrescentou que a cada US$ 1 bilhão em capex (despesa de capital), haveria um impacto negativo no rendimento de dividendos de cerca de o,5 ponto percentual. Hoje, a projeção do dividend yield está em 23% em 2023.

O Goldman Sachs reiterou a recomendação de compra da ação, com preço-alvo R$ 40 para PETR4 em 12 meses, o que implica um potencial de alta de 32,5%.

 Por que dividendos extras da Petrobras entraram no radar

A própria Petrobras indicou em teleconferência de resultados na semana passada que o resultado extra que eventualmente seja apurado pode ser usado para o pagamento de dividendos extraordinários.

Segundo Sergio Caetano Leite, diretor financeiro e de relacionamento com investidores da empresa, não há perspectiva de que a companhia vá promover mudança radical na forma de gerir o caixa.

De acordo com o BTG Pactual, em relatório assinado por Pedro Soares e Thiago Duarte, as reservas de lucros da estatal estão se aproximando do máximo permitido por lei. No entanto, disse o banco, a União poderia evitar essa distribuição pontual criando uma reserva estatutária, a ser aprovada em assembleia de acionistas. 

Para o Bradesco BBI, no entanto, será difícil justificar a criação de uma reserva estatutária, “a menos que o plano de capex da Petrobras aumente de forma inimaginável ou as finanças da empresa se deteriorem fortemente com uma quebra nos preços do petróleo”.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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