Petróleo avança mesmo com alta na produção para agosto; o que faz o preço subir?

O preço do petróleo sobe nesta segunda-feira (7), mesmo após a Opep+ anunciar um aumento maior do que o previsto na produção para agosto, de 548 mil barris por dia. A expectativa era de que a medida ajudasse a aliviar os preços, mas o mercado reagiu na direção oposta.
Por volta das 10h20 (horário de Brasília), os contratos mais líquidos do Brent, referência internacional de preços, avançavam 1,30%, a US$ 69,19 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Já o contrato do WTI, referência no mercado dos EUA, para agosto tinha alta de 1,71%, a US$ 67,62 o barril na New York Mercantil Exchange (Nymex), nos EUA.
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Segundo analistas do mercado, a alta na commodity hoje reflete tensões comerciais que aumentam o risco de pressão adicional sobre os preços. Além disso, comentam que a oferta extra pode ser absorvida facilmente diante da demanda sazonal mais forte nos próximos meses.
A decisão da Opep+, que reúne os principais exportadores de petróleo do mundo, atende à pressão de países como os EUA para conter os preços da gasolina. O acréscimo de agosto é o maior desde abril e envolve grandes produtores como Arábia Saudita, Rússia e Emirados Árabes Unidos. O grupo justifica o aumento com base em fundamentos sólidos, como estoques baixos e estabilidade econômica global.
Desde abril, a Opep+ vem revertendo gradualmente os 2,2 milhões de barris por dia cortados anteriormente para sustentar os preços. Com a liberação prevista para agosto, resta apenas uma fração desse volume a ser retomada.
De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, o grupo deve aprovar em setembro mais um aumento de 550 mil barris por dia, encerrando o ciclo de reversão dos cortes voluntários. Também será concluído o ajuste que amplia a cota de produção dos Emirados Árabes. A decisão deve ser oficializada na próxima reunião da Opep+, marcada para 3 de agosto.
*Com informações da Reuters