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PF conclui investigação sobre mineração de sal da Braskem (BRKM5) em Maceió com 20 indiciamentos

01 nov 2024, 19:51 - atualizado em 01 nov 2024, 19:51
braskem brkm5
A Braskem não comentou de imediato os documentos adicionais obtidos pela Reuters. (Imagem: Divulgação/Braskem)

A Polícia Federal concluiu inquérito sobre crimes relacionados à atividade de mineração de sal-gema da Braskem (BRKM5) sob o solo de Maceió, o que resultou no indiciamento da própria Braskem e de mais 19 pessoas físicas, de acordo com documentos judiciais vistos pela Reuters.

Em um comunicado sucinto enviado à imprensa mais cedo, a PF havia informado sobre a conclusão de investigação sobre mineração de sal na capital alagoana, mas não informara os nomes dos acusados ou detalhara os crimes indiciados, tampouco nome da empresa investigada.

No entanto, um documento da Polícia Federal ao qual a Reuters teve acesso mostrou que prestadores de serviços e executivos da Braskem estão entre os indiciados, inclusive a própria Braskem.

As acusações incluem crimes de poluição, dano ao patrimônio público e uso de relatórios falsos, segundo outro documento.

As atividades de exploração de sal-gema eram executadas pela Braskem há décadas sob o solo de Maceió, com o material retirado do subsolo sendo usado pela empresa para a produção de produtos químicos como cloro e PVC em uma instalação próxima de cidade.

Em 2018, moradores de vários bairros da cidade começaram a detectar rachaduras nas ruas e em edifícios, fenômeno que se agravou resultando em um movimento de afundamento do solo da capital alagoana que resultou na remoção de milhares de famílias de áreas de risco.

“Os autos do inquérito foram encaminhados ao Juízo da 2ª Vara Federal de Alagoas para as providências cabíveis. A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o caso também foi informada sobre a conclusão das investigações”, afirmou a PF no comunicado à imprensa.

Procurada mais cedo nesta sexta-feira, a Braskem afirmou que não analisou a íntegra do relatório policial. “Desde o início das apurações contribuiu, assim como seus integrantes, com as informações e esclarecimentos ao seu alcance”, afirmou a companhia, acrescentando que “sempre atuou em conformidade com as leis e regulações do setor”.

A Braskem não comentou de imediato os documentos adicionais obtidos pela Reuters.

A empresa, que vem desembolsando bilhões de reais ao longo dos últimos anos em reparações à cidade e sua população, expressou “confiança nos integrantes mencionados no inquérito”.

A PF afirmou que os indiciamentos incluem seis crimes, dos quais três citados na lei de crimes ambientais 9.605/1998.

Na bolsa paulista, as ações da Braskem encerraram o pregão em baixa de 1,82% , a 17,24 reais, enquanto o Ibovespa cedeu 1,23%.

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reuters@moneytimes.com.br
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