Política

PGR abre apuração sobre suposta ameaça de Braga Netto às eleições de 2022

29 set 2021, 13:56 - atualizado em 29 set 2021, 13:56
Walter Braga Netto
Na época da reportagem, Braga Netto negou ter feito qualquer tipo de ameaça e destacou o comprometimento das Forças Armadas com a democracia (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) ter aberto uma apuração preliminar para investigar uma suposta ameaça feita pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, à realização das eleições de 2022, disse a PGR nesta quarta-feira.

A determinação de Aras é um desdobramento de pedidos de parlamentares para investigar Braga Netto após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo em julho ter relatado que o ministro da Defesa teria enviado um recado por meio de interlocutores ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com ameaça de não realizar eleições no próximo ano caso a proposta para implementação do voto impresso nas urnas eletrônicas não fosse aprovada.

A Câmara, no início de agosto, rejeitou em plenário a proposta do voto impresso.

Procurado, o Ministério da Defesa não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

No comunicado divulgado nesta quarta, a PGR disse que Aras apenas informou o Supremo na véspera sobre a existência do procedimento preliminar de investigação.

Esse tipo de investigação não tem o mesmo status de um inquérito criminal aberto, uma vez que não se aponta qualquer cometimento de crime.

Na época da reportagem, Braga Netto negou ter feito qualquer tipo de ameaça e destacou o comprometimento das Forças Armadas com a democracia, mas considerou “legítima” a discussão do voto impresso.

O presidente Jair Bolsonaro é o principal entusiasta da adoção do voto impresso para as eleições do próximo ano, tendo feito ataques ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, que se posicionou contrariamente à iniciativa.

Bolsonaro continuou fazendo a defesa da mudança do sistema eleitoral mesmo após a rejeição da proposta pela Câmara e a promessa feita a Arthur Lira de que não iria insistir na medida.

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